Marcelo Negrão se diz surpreso com escolha de Renan: "Outros na fila"

16/01/2017 10h52


Fonte globoesporte.com/pi

Marcelo Negrão tem um currículo invejável no vôlei. Um dos principais atletas brasileiros da década de 90, ele foi campeão da Olimpíada de Barcelona em 92 e, no ano seguinte, foi eleito o melhor jogador do mundo. Em entrevista à Radio Globo em Teresina, onde participou neste final de semana de um evento com o objetivo de descobrir novos talentos, o ex-atacante se disse surpreso com a escolha de Renan Dal Zotto para o comando da seleção brasileira no lugar de Bernardinho, que deixou o cargo nesta semana. Para Negrão, outros nomes poderiam ser mais qualificados para esta posição.
Imagem: Wenner TitoMarcelo Negrão comentou mudanças na seleção em entrevista na Rádio Globo em Teresina.(Imagem:Wenner Tito)Marcelo Negrão comentou mudanças na seleção em entrevista na Rádio Globo em Teresina.

- O pessoal que está no comando é muito consciente do tamanho que é hoje você ser técnico da seleção brasileira. Eu acho que foi uma surpresa. Acho que tem outras pessoas que de repente estariam na fila, como no caso do Rubinho, que foi assistente técnico do Bernardinho e inclusive assumiu a seleção brasileira no Pan antes da Olimpíada. Então muitos esperavam que fosse ele ou até mesmo o argentino Marcelo Mendes, que é técnico hoje do Sada Cruzeiro e vem ganhando tudo. Ganhou dois mundiais, sulamericano, já ganhou três vezes seguidas o campeonato brasileiro, então seria outro nome também para assumir a seleção – comentou.

Imagem: Reprodução/TV GloboClique para ampliarBernardinho apoia escolha de Renan, mas diz que nome natural era outro.(Imagem:Reprodução/TV Globo)Bernardinho apoia escolha de Renan, mas diz que nome natural era outro.

As declarações de Negrão vão ao encontro do que diz o próprio Bernadinho, que confessou que preparou o auxiliar Rubinho para ser o seu sucessor. Para o ex-atacante, está é uma preocupação que deve ser padrão na seleção brasileira, ao invés de focar apenas na renovação dos jogadores.

- A gente precisa começar a pensar com mais carinho como que vão ser os próximos treinadores, que nunca são preparados. Aqui no Brasil a gente tem uma preocupação muito grande de se pensar na próxima geração. Quem na época seria o sucessor do Maurício, do Marcelo Negrão, depois do Giba, do Ricardinho, e futuramente com o Bruninho saindo, o Lucão. Enfim, a gente pensa sempre na troca de gerações de jogadores, mas de técnico a gente nunca parou para pensar. É de repente o caso do Brasil começar a se preocupar do técnico que está assumindo levar junto com ele um assistente técnico mais novo, alguém que futuramente possa ser o substituto. É uma coisa que a gente não pensa muito nisso – disse.

Por outro lado, Marcelo Negrão também analisa os motivos da escolha de Renan, o que para ele se baseou na ideia de dar uma continuidade no trabalho que está sendo feito com alguém dos próprios quadros da CBV (Renan era um dos diretores). No entanto, ele diz que será necessário paciência para os resultados aparecerem. Renan não comandava uma equipe há 8 anos.
Imagem: Divulgação/CBVRenan Dal Zotto foi opção por continuidade, segundo Marcelo Negrão.(Imagem: Divulgação/CBV)Renan Dal Zotto foi opção por continuidade, segundo Marcelo Negrão.

- No caso da entrada do Renan eu acredito que foi uma mudança de técnico mais pelo lado dele dar uma continuidade, de ser amigo do Bernardinho e dar uma continuidade no trabalho dele. O Renan deixou bem claro que só iria assumir a seleção se tivesse ajuda do Bernardinho, e parece que pelos bastidores ele vai continuar ajudando sim. Por ter sido um fantástico jogador, o Renan entende tudo. Mas vai levar um tempo, isso é muito normal, para se adaptar de novo ao nível de jogo. Principalmente o jogo de hoje que está muito rápido, veloz, muito forte, com jogadores cada vez mais altos e mais fortes. Então isso vai levar um tempo, mas a gente sabe que o pessoal vai dar um suporte para o Renan possa exercer um grande trabalho e é isso que a gente espera do técnico da seleção brasileira.

Bernardinho comunicou nesta semana o seu desejo de deixar o comando da seleção brasileira, após 15 anos e uma trajetória vitoriosa com mais de 30 conquistas no currículo. Foram dois ouros olímpicos (2004 e 2016), duas pratas (2008 e 2012) e três títulos mundiais (2002, 2006 e 2010), além de oito Ligas Mundiais. Antes, com a seleção feminina, conquistou dois bronzes olímpicos, nos Jogos de Atlanta, em 1996, e de Sydney, em 2000. Foram seis medalhas olímpicas em sequência.

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