Sarah e judocas da seleção se posicionam contra a Medida Provisória nº 841

22/06/2018 10h44


Fonte CidadeVerde.com

Imagem: CidadeVerde.comClique para ampliarSarah e judocas da seleção se posicionam contra a Medida Provisória nº 841.(Imagem:CidadeVerde.com)

A seleção brasileira de judô se posicionou unida contra a Medida Provisória nº 841 de 2018, publicada este mês, que dispõe sobre o Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP). A MP retira verba de investimento no Esporte, na Cultura e na Educação, redirecionando esses recursos para a segurança pública.

A piauiense Sarah Menezes, campeã olímpica em Londres 2012, foi uma das atletas que saíram em defesa do esporte. Ela está com a seleção em treinamento de campo em Tóquio, no Japão, sede dos próximos Jogos Olímpicos.

Os judocas e os técnicos lembram o poder de transformação social e combate à violência que o esporte levar crianças e adolescentes.

"O esporte transformou a minha vida e eu sou contra a MP 841",
afirmou Sarah Menezes, que conheceu o judô na escola, em Teresina, e venceu os Jogos Escolares da Juventude antes de se tornar a primeira mulher brasileira campeã olímpica de judô.

Representante dos atletas na Assembleia Eletiva da CBJ, Luciano Corrêa também posicionou-se firmemente contra a Medida Provisória em uma publicação em seu perfil nas redes sociais. "A MP 841 é uma medida absurda e criminosa que o governo está praticando contra toda a população, principalmente contra os jovens e crianças. Esporte é sinônimo de valorização da cidadania, de estímulo à saúde, combate à violência urbana e ao uso de drogas. Tudo isso são os benefícios do esporte. Espero que o Congresso Nacional não aprove essa MP 841", declarou o campeão mundial.

Imagem: CidadeVerde.comSarah e judocas da seleção se posicionam contra a Medida Provisória nº 841.(Imagem:CidadeVerde.com)

Medida Provisória

A Medida Provisória nº 841 que começou a valer no último dia 12 de junho e tem validade até 24 de agosto, dispõe sobre o Fundo Nacional de Segurança Pública que teria como fonte de recursos a arrecadação das loterias que atualmente são direcionadas ao esporte.

De acordo com a CBJ, serão retirados R$ 500 milhões de investimento do governo federal no Esporte, que é, comprovadamente, uma das ferramentas mais poderosas de combate à violência, inclusão social e cidadania e direcionados ao Fundo.

Um Manifesto Esporte pelo Brasil está sendo assinado por diversas federações, atletas e associações ligadas ao segmento.

O Senado Federal abriu consulta pública e é possível opinar a favor ou contra a preposição da MP 841 clicando aqui. Mais de 15 mil pessoas já opinaram contra a medida provisória e somente 300 a favor, até esta quarta-feira(20).

Outros depoimentos de judocas sobre o Esporte e contra a MP

"Comecei a praticar judô aos 5 anos de idade na associação de moradores da Cidade de Deus. Aos 8 anos, fui para o projeto social do Flavio Canto, o Instituto Reação, onde comecei a competir e tive oportunidades que fora do esporte eu não teria. Minha família não tinha dinheiro, às vezes, nem para a compra do mês. Nunca imaginei que viajaria para São Paulo, Rio Grande do Sul e hoje estou aqui no Japão com a seleção brasileira de judô, me tornei a primeira brasileira campeã mundial e olímpica de judô. O esporte é educação, é saúde, é cultura e eu sou contra a MP 841", defendeu Rafaela Silva.

Para o peso-pesado Rafael Silva, dono de duas medalhas olímpicas de bronze (Londres 2012 e Rio 2016), a Medida Provisória prejudicará a formação de novos atletas, já que afeta diretamente o investimento na base do esporte.

"Eu sou contra a MP 841 que está ceifando os recursos do esporte, principalmente na base, onde a garotada mais precisa de investimento para poder transformar a vida das crianças, tirá-las das ruas colocando-as para praticar esporte ",
disse.

"O esporte transmite valores como determinação, humildade, lealdade, espírito de equipe, entre outros, e a própria atividade esportiva previne doenças. No mundo todo se sabe que o esporte impacta diretamente na saúde, na educação e na própria segurança pública. O governo está usando a teoria do cobertor curto. Retira o investimento de um lugar para cobrir uma falha no país e criar um buraco em outro lugar. Não vamos deixar isso acontecer. Todos contra a MP 841", pediu Victor Penalber.

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