17 de junho, 17 anos depois: Brasil estreia em outro dia para ficar na história de Tite

17/06/2018 08h30


Fonte globoesporte.com

Imagem: REUTERS/Marko DjuricaTite deu entrevista coletiva na véspera da estreia na Copa do Mundo.(Imagem:REUTERS/Marko Djurica)Tite deu entrevista coletiva na véspera da estreia na Copa do Mundo.

Tite não é técnico de futebol, é diretor teatral.

Com essas palavras, o narrador Pedro Ernesto, da Rádio Gaúcha, contou os atos finais do título da Copa do Brasil de 2001, conquistado pelo Grêmio há exatos 17 anos.

O primeiro título de projeção nacional de um treinador que empilhou feitos depois disso e que neste domingo vive outro 17 de junho histórico. Às 15 horas (de Brasília), agora na direção da Seleção, ele faz sua estreia no maior torneio de futebol do mundo.

Em vez do Corinthians, o adversário é a Suíça. O palco não é o Morumbi, e sim a arena de Rostov, na Rússia. Mas o Tite de 2018, sem se desconsiderar sua evolução profissional, ainda carrega consigo muito da versão 2001.

Nas 24 horas que antecederam sua primeira decisão nacional, Tite confirmou o Grêmio com Mauro Galvão e outros dois zagueiros: Marinho pela direita e o lateral Roger (hoje técnico e chamado também pelo sobrenome Machado) na esquerda. Um pouco adiante, Anderson Polga reforçava a proteção da defesa.
Imagem: Paulo Franken/Arquivo/Agência RBS Tite tem Cléber Xavier como auxiliar desde os tempos de Grêmio.(Imagem:Paulo Franken/Arquivo/Agência RBS) Tite tem Cléber Xavier como auxiliar desde os tempos de Grêmio.

Essa talvez tenha sido a primeira contribuição (indireta) de Tite para a seleção brasileira, que ele assumiu dois anos atrás. O time pentacampeão mundial de 2002 tinha três zagueiros – Polga chegou a ser um deles, a propósito.

– Era um modelo também de controle da posse, de toque de bola, mas com muita força defensiva. Tínhamos um zagueiro a mais, mas que poderia virar volante ou lateral. Em alguns jogos do Grêmio, o Polga era volante, em outros era lateral. O Edmilson fez isso na Copa depois – lembra Mauro Galvão.

A palavra é "merecimento"


Na transmissão da TV Globo, ao ser lembrado pelo repórter de campo nos minutos finais da decisão que Tite havia vencido os dois últimos campeonatos gaúchos, Galvão Bueno emendou:

– Ninguém ganha tanto título assim à toa.

Muita energia desde sempre

Dezessete anos depois do primeiro grande troféu, Tite tem a Seleção em suas mãos numa Copa do Mundo. E chega credenciado não só pelo bom desempenho, que julga ser o primordial, mas também pelos resultados. Atualmente adepto de outro desenho tático, o 4-1-4-1, ele tem uma única derrota (em amistoso contra a Argentina) em 21 partidas.

– Na minha opinião, ele já poderia estar antes na Seleção. Mas aconteceu de ser chamado no meio da corrida. Isso é um pouco típico do Brasil. Ainda bem que dessa vez deu certo, e o Brasil fez uma campanha muito acima da média. O Tite está mais experiente, o que é importante, mas já tinha muita energia quando começou – compara o ex-zagueiro.

As imagens da época comprovam. O técnico já era intenso nas orientações à beira do campo, corria para dentro dele para abraçar os comandados em gols importantes - como o de Marcelinho Paraíba na vitória por 3 a 1 sobre o Corinthians ou o de Paulinho no 3 a 0 contra a Argentina, nas Eliminatórias.

Neste domingo, apesar da ansiedade natural pela magnitude do evento, Tite parece até mais tranquilo do que quando subiu a escadaria do Morumbi para ser campeão nacional. Fruto da experiência acumulada ao longo da carreira e da confiança no que foi feito até aqui.

– O trabalho até agora nos dá muita expectativa, mas uma paz de que fizemos uma preparação muito forte – disse o treinador, quando encarou "o mundo todo" em entrevista coletiva, a última antes do dia 17.

Veja as informações da Seleção para a partida contra a Suíça:

Local: Rostov Arena, em Rostov-on-Don
Data e horário: domingo, às 15h (de Brasília)
Escalação: Alisson, Danilo, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Casemiro; Paulinho, Philippe Coutinho, Willian e Neymar; Gabriel Jesus. Técnico: Tite
Desfalque: Fred (trauma no tornozelo direito)
Arbitragem: Cesar Ramos apita, auxiliado por Marvin Torrentera e Miguel Hernandez (todos do México)
Transmissão: TV Globo (narração de Galvão Bueno; comentários de Casagrande, Ronaldo e Arnaldo Cézar Coelho; reportagens de Tino Marcos, Mauro Naves e Eric Faria), SporTV (narração de Milton Leite; comentários de Lédio Carmona e Mauricio Noriega; reportagens de Eudes Júnior) e GloboEsporte.com
Tempo Real: GloboEsporte.com, a partir de 13h

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Tópicos: copa, seleção, tite