Operação Call Center contabiliza prejuízo de R$ 2 milhões em 50 dias

15/07/2018 08h41


Fonte CidadeVerde.com

Imagem: DivulgaçãoOperação Call Center contabiliza prejuízo de R$ 2 milhões em 50 dias.(Imagem:Divulgação)

O inquérito policial que indiciou 21 pessoas suspeitas de aplicar golpes em compra e venda de veículos em plataforma digital foi concluído e encaminhado para a Justiça na sexta-feira (13). As prisões ocorreram durante a operação Call Center realizada no último dia 05 no Piauí e mais dois estados brasileiros.

O delegado Matheus Zanatta presidiu as investigações e informou que foi contabilizado um prejuízo de cerca de R$ 2 milhões, em 50 dias.

“Iniciamos a investigação no dia 12 de maio, depois que uma pessoa do Piauí foi lesada pela quadrilha no dia 03. Identificamos até a operação cerca de 25 vítimas no país todo. Mas, certamente tem muito mais”, afirmou o delegado.

Ele disse que o líder, identificado como Marcelo, era de Cuibá-MT, mas uma parte da quadrilha estava em Cascavel-PR para fazer as movimentações bancárias. “A Jaqueline passava ordens para a Ana Claudia, Ricardo, Deise e Guilherme que sacavam rapidamente o dinheiro depositado pelas vítimas. Na casa da Jaqueline encontramos cerca de R$ 14 mil em dinheiro no dia da operação. Todos estão presos”, afirmou o delegado.

Além dos 21 suspeitos presos, há outros que estão sendo investigados. “Fizemos o interrogatório de 35 pessoas aqui em Cascavel, umas estão soltas, mas terão sua conduta sendo monitorada, por isso as investigações sobre elas continuam”, destaca.

Zanatta diz ainda que esse é o golpe virtual mais aplicado atualmente no Brasil. “Depois da divulgação recebemos muitas ligações de todo Brasil informando que foram vítimas e que ainda estão aplicando”, informou.

Entenda o golpe

O delegado explica que a quadrilha anunciava a venda do veículo em uma plataforma digital que também havia vendedores de boa fé, mas no anúncio, os fraudadores não mostravam as características externas do carro – um Corolla e colocava com um valor mais atrativo. Quando o comprador entrava em contato com ele, ele virava uma espécie de intermediador entre o vendedor de boa fé e o comprador, ludibriando os dois.

“Antes de mostrar o carro, ele dizia ao vendedor que quem iria ver era um ex-funcionário com quem tinha uma dívida trabalhista, mas que na hora de pagar era para tratar com ele mesmo. Para o comprador, ele pedia um sinal que geralmente variava entre R$ 40 mil e R$ 60 mil e pedia para ser depositado pela manhã e marcava a ida ao cartório para tarde, para dá tempo sacar o dinheiro”, explica Zanatta.

Segundo o presidente do inquérito, no momento em que a vítima transferia o dinheiro, já tinha uma pessoa no banco para fazer a transferência para várias contas que pudessem sacar o mais rápido possível, porque quando vendedor e comprador se encontrassem no cartório iriam descobrir o golpe e iriam fazer boletim de ocorrência para bloquear o dinheiro, mas este já não estaria mais na conta depositada.

As ligações ocorriam de dentro de um presídio em Cuiabá, já a movimentação bancária era feita em Cascavel.

“Nós pedimos o bloqueio das contas e dos documentos dos veículos envolvidos e indiciamos por falsidade ideológica por causa dos perfis na internet, estelionato e organização criminosa, aumento e agravante já que os coordenadores planejavam toda ação e porque usavam uma menor de idade para fazer os saques”,
concluiu o delegado.

Os mandados de prisão e busca e apreensão cumpridos foram expedidos pela Central de Inquéritos de Teresina pelo juiz Luiz Moura com o parecer do promotor José Eduardo. "A agilidade deles foi fundamental para o sucesso da operação", avaliou o Zanatta.

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Tópicos: delegado, golpe, zanatta