Presos ateiam fogo em colchões e destroem celas em motim na Casa de Custódia; 13 ficam feridos

21/08/2017 08h25


Fonte G1 PI

Imagem: Divulgação/Sejus Presos destruíram celas durante motim na Casa de Custódia de Teresina.(Imagem:Divulgação/Sejus) Presos destruíram celas durante motim na Casa de Custódia de Teresina.

Pelo menos 13 presos ficaram feridos durante motim em quatro pavilhões da Casa de Custódia de Teresina, que durou em torno de 3h na noite desse domingo (20). Segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), cerca de 350 detentos quebraram cadeados, arrancaram grades e atearam fogo em colchões.

"O motim iniciou por volta das 20h no pavilhão F, seguido pelos presos dos pavilhões E, G e H, e foi contido parcialmente a meia-noite. O interessante é que os agentes penitenciários tinham armas, mas sem munições e precisou aguardar 20 minutos até a chegada da Tropa de Choque da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Por pouco o fogo não se alastrou por toda a unidade", contou o vice-presidente do Sinpoljuspi, Kleiton Holanda.

Para impedir o acesso dos agentes, os detentos ainda colocaram os colchões em chamas na entrada dos pavilhões. Conforme Kleiton Holanda, o fogo chegou a alcançar o teto da unidade e destruiu os pavilhões recentemente construídos.
Imagem: Divulgação/Sinpoljuspi Presos atearam fogo em colchões durante motim na Custódia.(Imagem:Divulgação/Sinpoljuspi) Presos atearam fogo em colchões durante motim na Custódia.

"Ainda não conseguimos explicar a motivação desse motim, apesar de saber que a superlotação no presídio e a permanência de 70 presos sem celas e com regalias no ginásio são queixas recorrentes dos demais detentos. A unidade tem capacidade para 330 pessoas e atualmente possue 1.024", denunciou o sindicalista.

Ainda durante o motim, a polícia precisou se deslocar para a Zona Leste de Teresina, após receber a denúncia de que pessoas ligadas aos presos iriam atear fogo em ônibus. Outro alarme falso apurado foi sobre um motim simultâneo na Colônia Agrícola Penal Major César Oliveira, na cidade de Altos.

De acordo com o secretário estadual de Justiça, Daniel Oliveira, os presos tiveram ferimentos leves pelo uso de bala de borracha e problemas respiratórios decorrente do fogo. Ele destacou que o problema na unidade foi contornado e as principais queixas dos detentos não têm fundamento.

"Eles reclamam da implantação de regras disciplinares na unidade, como corte de banho de sol e redução das visitas para presos flagrados com celulares e materiais ilícitos. Os presos também ficaram insatisfeitos com a implantação de câmeras mais modernas nos pavilhões e áreas externas para o controle da unidade",
comentou o secretário.

Daniel Oliveira acrescentou que os danos nos pavilhões serão reparados e as câmeras de segurança vão servir para identificar os autores do motim, que serão punidos por dano ao patrimônio público.

A Secretaria de Justiça e a gerência da Casa de Custódia farão uma vistoria na unidade, para verificar a situação geral no presídio e prevenir a ocorrência de novos distúrbios. Equipes da Diretoria da Unidade de Administração Penitenciária (DUAP) e Diretoria de Inteligência e Proteção Externa (Dipe) estão na penitenciária coordenando a ação de contenção.

A equipe da Diretoria de Humanização e Reintegração Social também está na unidade, dando suporte aos familiares de detentos. Uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi colocada à disposição do presídio.

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Tópicos: motim, presos, sinpoljuspi