Promotor denunciará 8 pessoas por morte de cabo do BOPE em Teresina

16/01/2017 13h40


Fonte Cidadeverde.com

Imagem: Wilson FilhoClique para ampliarPromotor Régis Marinho(Imagem:Wilson Filho)Promotor Régis Marinho

O titular da 15ª Promotoria Criminal, promotor Régis Marinho, informou hoje (16) que vai denunciar oito pessoas pela morte do cabo do BOPE Claudemir de Paula Sousa, executado com cinco tiros no dia 6 de dezembro de 2016, no bairro Saci, zona Sul de Teresina. Segundo ele, todos tiveram participação direta na morte.

"Todos envolveram-se em um crime doloso contra a vida. E o Ministério Público não tem nenhuma dúvida da participação, estamos convictos do envolvimento dos oito indiciados em uma trama para ceifar a vida do Cabo Claudemir, a partir de um triângulo amoroso",
disse o promotor.

Segundo ele, serão denunciados como mandantes Ocionira Barbosa (mantinha um relacionamento com Claudemir), Leonardo Ferreira Lima (mantinha um relacionamento com Ocionira). Flávio Willame da Silva e Wesley Marlon Silva serão denunciados como os executores materiais, que dispararam contra o policial.

Também será denunciado o taxista José Roberto Leal da Silva, conhecido como Beto Taxista ou Beto Jamaica, que contatou os atiradores. Luan de Sena e Thaís Monait também irão responder pelo crime, por terem atuado como olheiros, indicando quem era a vítima. Por fim, Igor Andrade Sousa, que roubou o veículo Fiat Uno usado pelos atiradores no momento da execução.

O promotor destacou que Wagner Falcão, indiciado por falso testemunho, terá seu caso encaminhado a outra promotoria, por não ter participação direta no crime.

Motivação

Régis Marinho disse que, com base no inquérito, é possível concluir que Ocionira e Leonardo tinham profundo interesse na morte de Claudemir.

"Ocionira tinha uma relação amorosa muito forte com Leonardo e o cabo Claudemir, que havia voltado para Teresina, foi ao encontro dela para reatar a relação, pedi-la em casamento. De certa forma, a maneira como ele se comportou fez com que Leonardo ativasse a carga passional do ciúme levando-o a tramar a morte. Ocionira acabou envolvida porque ela, ao prestar depoimento, negou que tivesse um caso amoroso com Leonardo, mas as provas conduzem a algo fortíssimo. De maneira que ela disse à mãe do Cabo que ia se casar com ele em 25 de fevereiro. Isso nada mais foi do que calculado para se ver livre do crime que engendrou",
descreveu o promotor.

Próximos passos

Após oferecimento da denúncia pelo Ministério Público, o juiz receberá o caso e as defesas dos denunciados serão acionadas. Os advogados devem apresentar defesa preliminar em até 10 dias. Em seguida, realiza-se audiência de instrução e o juiz responsável decidirá sobre pronunciar os oito envolvidos para que respondam pelo crime no Tribunal Popular do Júri.

A promotoria ainda aguarda laudos periciais, como de microcomparação balística, para atestar se os projéteis que atingiram o Cabo Claudemir de fato são oriundos da pistola 380 e do revólver calibre 38 apreendidos. Além disso, um exame grafotécnico será feito para verificar se a letra encontrada em um bilhete à cabeceira da cama de Leonardo realmente pertence a ele. O bilhete continha a informação da cor, modelo e placa da moto da vítima.

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Tópicos: crime, morte, promotoria