Unidades de vacinação funcionam somente pela manhã e geram reclamações em Teresina

25/07/2017 09h59


Fonte G1 Globo

Quem procurou os postos de saúde em alguns bairros de Teresina para tomar a vacina pentavalente ficou frustrado e teve que voltar para casa sem atendimento. O problema é que em algumas unidades de saúde o setor vacinal só funciona no período da manhã. A vacina protege contra a difteria, tétano, coqueluche, meningite e outros tipos de infecções causadas pelo agente Haemophilus influenzae B e Hepatite B.

Um vídeo feito pelo G1 no posto de saúde do bairro Monte Castelo, na Zona Sul de Teresina, mostra que pacientes procuram o local em busca da vacina, mas não conseguem a aplicação. Uma funcionária do local informou que a sala só é aberta pela manhã e que no turno da tarde não tem ninguém que possa aplicar a medicação.

A Fundação Municipal de Saúde (FMS) comentou que as vacinas são aplicadas nas salas de vacinas e que dependendo do local funcionam em apenas um horário.

Um exemplo de quem não conseguiu a vacina foi a dona de casa Maria Alves de Castro, de 48anos, que procurou a unidade com uma sobrinha por volta das 16h e não foi vacinada. Ele conta que a funcionária do posto informou que não faria mais atendimentos por falta de profissionais. “Não estão atendendo. Todo mundo tem que voltar para casa, sendo que o atendimento deveria acabar às 17h. Nem todos podem vir ao local pela manhã porque trabalham”, disse a dona de casa.

Uma mulher, que preferiu não se identificar, também informou que campanhas são feitas na TV incentivando os pacientes a procurarem uma unidade de saúde para a vacinação, mas que o serviço não está sendo feito da forma correta.

“Em estou há duas semanas procurando um local para me vacinar da coqueluche e hepatite. No hospital do bairro Primavera, Zona Norte, tem um cartaz informando que no mês de julho a vacina é aplicada somente pela manhã. Na Maternidade do Buenos Aires, a enfermeira que aplica está de férias. O mesmo caso no Cecy Fortes, no Cabral, e no hospital do Matadouro”, reclamou a mulher, que está grávida.

Entrega da vacinas foi afetada por falha em abastecimento

Após problemas de fornecimento, o Ministério da Saúde regularizou a distribuição da vacina em todo o Brasil esta semana. As crianças devem tomar a vacina pentavalente aos dois, quatro e seis meses de idade. "O que aconteceu foi que o fornecedor não entregou a vacina", disse Amariles Borba, diretora de Vigilância em Saúde da FMS acrescentando que com a regularização há estoques até o final do mês de agosto.

Em Teresina, o Ministério da Saúde não estava repondo estoque da referida vacina desde maio. Oferecida no Programa Nacional de Imunização (PNI), a vacina pentavalente deixou de ser importada para o Brasil. Isso porque a parceria entre o Ministério, Bio-manguinhos/Fiocruz e o instituto Butantan tornou possível a produção da vacina em território nacional.

"A vacina tem de chegar, passar pelo controle de qualidade e se não é aproveitada não é distribuída. A vacina é um dos procedimentos que a gente mais tem cuidado e zelo", ressaltou Amariles Borba, enfatizando a necessidade de que os pais levem as crianças para a vacinação.

Desde 2012 o PNI oferta a vacina pentavalente no calendário de vacinação. Para imunização da criança, é necessário que o responsável apresente o cartão de vacinação do bebê. Mesmo com a mudança na aquisição da vacina, o esquema vacinal ofertado nos postos de saúde continua o mesmo. "Tem salas de vacinas em unidades de saúde e locais de saúde nos hospitais do município. De acordo com o que eles pdem a gente manda mais", comentou a diretora.

A coqueluche é uma das dez maiores causas de mortalidade infantil. Estima-se 50 milhões de casos no mundo, sendo 95% em países em desenvolvimento, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) no ano 2012. A vacinação é o principal meio de controle.