"Temer não tem condições morais de governar", diz presidente da OAB/PI

22/05/2017 09h21

Fonte Cidade Verde

A Ordem dos Advogados do Brasil deve protocolar nas próximas horas, na Câmara Federal, o 9º pedido de impeachment do presidente Michel Temer. O presidente da Ordem no Piauí, Chico Lucas, afirmou que o presidente não tem "condições morais" de continuar no governo e que deveria renunciar para "deixar o país livre".

Segundo Chico Lucas, o pedido de impeachment será feito porque a Ordem não tem dúvidas de que Temer cometeu crimes à frente do governo. Ele destacou que os áudios deixam claro que o presidente compactuou com as ações de Joesley Batista, proprietário da JBS, que é investigado em cinco processos, por corrupção.

"Ele disse que não há crime em receber o empresário, mas receber uma pessoa assim às escuras, sem registro, que disse que comprou dois juízes e um procurador, é algo criminoso. O empresário pergunta se pode usar o nome do presidente para pressionar o ministro Henrique Meireles e o presidente autoriza, indica um deputado de sua confiança para tratar com Joeles. Não há dúvidas que de foi criminoso, o presidente não tem condições morais de continuar governando", declarou.

O presidente da OAB/PI disse ainda que outra ação de Temer depõe contra ele: o pedido de tracamento do inquérito que o investiga no Supremo Tribunal Federal. Segundo ele, Michel Temer deveria permitir que o processo corresse com celeridade, para que fosse provada sua alegada inocência.

"Ele tem dever de dar explicações. Quem pede trancamento de um processo, sabe que está errado", destacou.

Chico Lucas esclareceu que a OAB não opta especificamente uma forma de escolha de um novo presidente, mas defende a renúncia de Temer, para que o país fique livre. Ele explicou que, constitucionalmente, no caso da renúncia do presidente da república, uma eleição indireta escolherá o novo chefe do executivo federal.

"Contudo, há uma Proposta de Emenda à Constituição que pode admitir eleições diretas para a escolha do novo presidente. Não nos posicionamentos sobre isso, o que achamos é que deve haver uma pessoa que tenha condições de governar. O presidente parecia um empregado da JBS, essa sim tem interesse nessa reforma trabalhista que está proposta", declarou.

Ele falou ainda que os partidos e políticos piauienses que se mantém na base de apoio do governo devem ser "excluídos da vida política".

"Nós não estamos falando de políticos, estamos falando de uma organizadação criminosa", frisou.

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