Governo de SP muda procedimentos para manifestações contra tarifas
17/06/2013 12h21Fonte Globo.com
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo irá realizar na manhã desta segunda-feira (17) uma reunião com lideranças e manifestantes envolvidos nos recentes protestos na capital paulista. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e a cúpula da segurança do estado orientaram a Polícia Militar a agir, durante as manifestações, somente em caso de provocação e vandalismo. Os policiais também estão proibidos de usar balas de borracha, como informou o Bom Dia Brasil.O quarto protesto contra o aumento das tarifas do transporte público, ocorrido na quinta-feira (13) na região da Avenida Paulista, deixou dezenas de feridos e mais de 200 detidos. Houve confronto entre policiais e manifestantes e jornalistas também foram atingidos por balas de borracha. Um grupo foi reprimido com bombas de efeito moral, gás e balas de borracha ao tentar seguir em direção à Avenida Paulista.
O governo também quer tentar um acordo com o movimento, durante a reunião nesta segunda, para que os protestos não passem mais pela Avenida Paulista. É que existe um grande número de hospitais na região.
Além disso, os jornalistas que trabalharem durante a manifestação serão identificados com coletes e a Secretaria da Segurança vai orientar o comércio e as empresas que estejam em áreas onde ocorram protestos. A ideia é que os funcionários desses lugares sejam liberados do trabalho mais cedo. Rotas de ônibus vão ser alteradas, depois que o trajeto das manifestações for definido.
O secretário da Segurança Pública, Fernando Grella, diz que o objetivo da reunião é garantir o direito à manifestação. "Queremos que os manifestantes exerçam seu direito de manifestar. A Polícia Militar tem condições de planejar com algumas horas de antecedência a melhor forma de reduzir o encontro com o restante da população e de proteger os manifestantes. O fundamental é definirmos um trajeto que será percorrido. Com isso faremos um bloqueio de rua, de modo que a população não saia prejudicada", defendeu.
Ele também disse acreditar que a presença da Tropa de Choque "não será necessária". "Não vai haver necessidade de usar o Choque. Acreditamos que não vai ser necessário, que a manifestação será pacífica", afirmou. O secretário garantiu que "ninguém vai ser preso por portar vinagre", quando questionado sobre prisões arbitrárias, inclusive de jornalistas que portavam o líquido em protestos anteriores para amenizar os efeitos do gás lacrimogêneo.
Grella garantiu, ainda neste domingo, que as investigações sobre supostos excessos cometidos por policiais militares durante as manifestações já estão sendo realizadas, mas levarão tempo para serem apresentadas. "Quanto aos fatos noticiados, todos estão sendo investigados. Exige tempo, e no tempo certo estaremos divulgando".
Movimento
Os integrantes do movimento responsável pelos protestos confirmaram a participação no encontro na manhã desta segunda-feira, mas adiantaram que não vão aceitar que as autoridades definam o percurso dos protestos.
Uma das líderes das manifestações falou, em entrevista ao Fantástico, sobre as motivações do movimento. “A gente propõe à cidade a tarifa zero, que seria o transporte público gratuito e de qualidade e as pessoas também terem mais controle politico sobre o que é sistema de transporte na cidade. O sistema de transporte como está colocado hoje não serve para garantir o direito do cidadão. Ele serve para garantir o lucro dos empresários que vivem disso”, diz Mayara Vivian.
Perfil dos manifestantes
Durante a entrevista deste domingo, Grella e Meira negaram a existência de investigações sobre grupos punks que estariam sendo convocados para integrar os protestos na capital. O levantamento integraria um suposto relatório produzido pelo serviço secreto da Polícia Militar de São Paulo, mas a informação foi negada pelas autoridades.
"A polícia não faz mapeamento de nenhum grupo nas manifestações", disse Meira. O comandante confirmou a presença de policiais à paisana durante os atos de protesto, mas disse que sua função seria fiscalizar e controlar a ação da própria corporação, “não para bisbilhotar a vida de ninguém”, segundo afirmou.
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