Justiça de Minas mantém juíza de Contagem no caso Bruno

25/08/2010 17h09


Fonte G1

Imagem: Alex de Jesus/O Tempo/AEClique para ampliarBruno deixa  juizado em audiência em Contagem (Imagem:Alex de Jesus/O Tempo/AE)Bruno deixa juizado em audiência em Contagem

Os desembargadores da 4ª câmara do Tribunal de Justiça de Minas Gerais decidiram, no início da tarde desta quarta-feira (25), que a juíza Marixa Fabiana Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem, na região Metropolitana de Belo Horizonte, é competente para julgar o caso de desaparecimento e morte de Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro Bruno. O pedido de mudança de comarca havia sido feito pela defesa do goleiro. O advogado Ércio Quaresma alegava que o suposto crime teria ocorrido em Vespasiano e não em Contagem, segundo o próprio inquérito.

Com a definição desta quarta-feira, todas as decisões referentes ao caso tomadas pela juíza, inclusive as prisões dos réus, que serão mantidas. De acordo com TJMG, a juíza apresentou a defesa e explicou que várias medidas cautelares foram requisitadas na Comarca de Contagem, como prisões temporárias dos investigados, buscas e apreensões e quebra de sigilo telefônico e dados cadastrais dos investigados.

Ainda de acordo com a assessoria do TJMG, Marixa Fabiane Lopes afirmou que, no inicio das investigações, as suspeitas eram de que o crime teria ocorrido dentro do sítio de Bruno, em Esmeraldas, na região Metropolitana de Belo Horizonte, que fica localizado no limite das Comarcas de Contagem e Esmeraldas.

Quaresma disse ao G1 que vai entrar com uma ação pelo mesmo motivo no Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Nós vamos esperar publicar só o resultado do julgamento (da competência da juíza Marixa) e vamos ao STJ”. O advogado embarca para o Rio de Janeiro na tarde desta quarta-feira (25) para acompanhar a audiência à qual Bruno foi intimado, sobre o seqüestro e cárcere privado de Eliza Samudio, que teria acontecido em outubro de 2009.

O goleiro Bruno e seu amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, réus no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, devem ir para o Rio de Janeiro nesta quinta-feira (26). Os dois serão transferidos para participarem da primeira audiência marcada do processo em que são acusados pelos crimes de sequestro, cárcere privado e lesão corporal contra Eliza em outubro de 2009, ao supostamente tentarem fazer com que ela abortasse o filho que seria do atleta.

Bruno e Macarrão estão presos na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Entenda o caso

O goleiro Bruno é réu no processo que investiga a morte de Eliza Samudio. A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público contra Bruno e outros oito envolvidos no desaparecimento e morte de Eliza. Fernanda Gomes de Castro, namorada de Bruno, foi presa em Minas Gerais.

O goleiro Bruno; Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão; Sérgio Rosa Sales; Dayanne Souza; Elenilson Vítor da Silva; Flávio Caetano; Wemerson Marques; e Fernanda Gomes de Castro vão responder na Justiça por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é o único que responderá por dois crimes. Bola foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Todos os acusados negam o crime. As penas podem ultrapassar 30 anos.

A pedido do Ministério Público, a Justiça decretou a prisão preventiva de todos os acusados. Com essa medida, eles devem permanecer na cadeia até o fim do julgamento.
Em 2009, Eliza teve um relacionamento com o goleiro Bruno, engravidou e afirmou que o pai de seu filho é o atleta. O bebê nasceu no início de 2010 e, agora, está com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.

A polícia mineira começou a investigar o sumiço de Eliza em 24 de junho, depois de receber denúncias de que uma mulher foi agredida e morta perto do sítio de Bruno.

A jovem falou pela última vez com parentes e amigas no início de junho.

O corpo de Eliza não foi encontrado. Mas os delegados consideram a jovem morta. Todos negam envolvimento no caso.