Na defensiva, Bolsonaro força saída de Teich para tentar acabar com isolamento em junho

15/05/2020 15h20


Fonte G1

Imagem: DivulgaçãoValdo sobre saída de Teich: Valdo sobre saída de Teich: "obsessão do presidente em fazer valer a sua opinião"

Na defensiva por causa da investigação de suposta interferência política na Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro decidiu forçar a saída de Nelson Teich do Ministério da Saúde para tentar acabar com o isolamento social em junho.

Bolsonaro se convenceu, a partir de conversas com sua equipe econômica, que a continuidade do isolamento social para além desse limite causaria um dano muito mais forte à economia – e colocaria em risco o sucesso do restante do mandato.

Isso explica, segundo assessores palacianos, a nova subida de tom do presidente contra as medidas de distanciamento social e a favor do uso da cloroquina já desde os primeiros sintomas de coronavírus.

Dentro do Palácio do Planalto, o presidente foi alertado que, neste ritmo, acabaria levando a uma saída de Nelson Teich do governo.

A resposta do presidente veio na reunião com empresários, quando ele disse que havia sido eleito para tomar decisões, e que seus ministros teriam de entender isso.

Era um recado claro na direção de Nelson Teich, que se recusava a seguir as determinações do presidente para assinar ato liberando o uso da cloroquina em massa no país. Teich também evitou adotar as regras de flexibilização do isolamento social defendidas pelo presidente, mas que podem colocar em risco a saúde das pessoas.

Apesar do desgaste pela saída do segundo ministro da Saúde no meio do enfrentamento da pandemia do coronavírus, o presidente decidiu esticar a corda.

Segundo assessores, Bolsonaro avaliou que Teich, em vez de seguir suas determinações, virou um obstáculo para elas – tal qual o antecessor Henrique Mandetta.

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