PolÃcia faz operação para prender suspeitos de ataques a TaÃs Araújo
16/03/2016 10h13Fonte Ego
A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro realiza uma operação nesta quarta-feira, 16, para prender suspeitos de ataques racistas a Taís Araújo que aconteceram no ano passado nas redes sociais. A assessoria de comunicação da polícia informou que a operação comandada pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) acontece com apoio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) e das Polícias Civis de mais seis estados.
"A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), com apoio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) e das Polícias Civis dos Estados de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e Minas Gerais, deflagra, nesta quarta-feira, 16 de março, operação para prender criminosos apontados como autores dos ataques dirigidos à atriz Taís Araújo em sua página na rede de relacionamentos. A operação, coordenada pelo Delegado de Polícia Dr. Alessandro Thiers, titular da DRCI, tem como objetivo desarticular o grupo e cumprir quatro mandados de prisão e onze mandados de busca e apreensão em cidades brasileiras", informou o comunicado.
Ainda de acordo com a assessoria, a polícia constatou que os ataques foram premeditados: "Durante as investigações, a Polícia Civil descobriu que as ofensas dirigidas à atriz foram premeditadas pelo grupo criado com uma única finalidade: praticar ataques de cunho racista em perfis de redes de relacionamento, páginas e contatos do aplicativo WhatsApp. O grupo atuava incitando seus membros para o cometimento das atividades ilícitas de discriminação racial. Os incitadores criavam grupos secretos e temporários para potencializá-los, e ainda, chegavam a informar maneiras de mascarar a conexão no intuito de tentar dificultar o rastreamento, objetivando a impunidade por tais crimes".
Relembre o caso
A página de Taís Araújo no Facebook foi alvo de diversos comentários racistas em novembro do ano passado indignando a atriz. O alvo dos posts foi uma foto publicada por Taís um mês antes e ela garantiu que não apagará as mensagens. Na ocasião, a mulher de Lázaro Ramos também afirmou, em mensagem publicada na mesma rede social, que levaria o caso à polícia. "Não vou me intimidar, tampouco abaixar a cabeça", escreveu ela.
Entre os posts abusivos havia comentários como: "Já voltou da senzala?", "Cabelo de bombril", "Cabelo de esfregão" e "Quem postou a foto desse gorila". No Twitter, a hashtag #SomosTodosTaísAraújo, em defesa da artista, virou trending topic - assim como aconteceu em julho com a jornalista Maria Júlia Coutinho, que também foi vítima de ofensas racistas.
"Agradeço aos milhares que vieram dar apoio, denunciaram comigo esses perfis e mostraram ao mundo que qualquer forma de preconceito é cafona e criminosa. E quero que esse episódio sirva de exemplo: sempre que você encontrar qualquer forma de discriminação, denuncie", escreveu Taís. O caso ganhou notoriedade nacional e até mesmo internacional.
Grupo que fez ataque seria o mesmo do caso Maju
O EGO teve acesso às postagens do grupo "QLC The Return", que seria responsável por orquestrar o ataque contra Taís na web. Lá, vários usuários comentaram a repercussão do caso e comemoraram o fato de não serem pegos pela Polícia Federal. Alguns perfis - que já são falsos - criaram outros fakes denunciando pessoas que não tinham a ver com o caso, para que a polícia se confundisse.
O grupo teria começado a organizar o ataque na noite de 3 de outubro. Um dos perfis escreveu: "Prepara os fakes que vamos zoar uma criola (sic) famosa". Logo depois, um outro usuário incita os participantes do grupo a ofender Taís Araújo e curtir os comentários polêmicos. "Comenta xingando essa macaca, quem não laikar (curtir) os comentários lá vai tomar ban (ser banido)", escreveu após compartilhar a foto que recebeu os comentários racistas.
De acordo com uma fonte do EGO, a maioria dos perfis é criado por adolescentes entre 15 e 20 anos, de classe média. Em uma das postagens, um usuário disse estar com medo de ser pego pela Polícia Federal por conta da repercussão.
Polícia já suspeitava de quadrilha
A polícia não confirmou nenhum suspeito, mas em entrevista ao site, o delegado Alessandro Thiers disse que já desconfiava de um grupo orquestrado: "Estamos suspeitando também de uma possível formação de quadrilha. Há possibilidade de haver uma quadrilha organizada para a prática desses crimes de preconceito. Ou seja, difundindo ódio pela internet. E a Polícia Civil não vai admitir isso".
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