Ana Castela diz que não vê machismo no sertanejo: "Todos são muito bonzinhos"

23/01/2025 09h28

Fonte Marie Claire

 Ana Castela, Boiadeira, Ana Flávia... em poucos anos, esses nomes, todos ligados à mesma artista, conquistaram o público brasileiro, transformando-a na maior estrela da música sertaneja do país. Com o sucesso de "Boiadeira" e "Pipoco", em parceira com Melody, a jovem de 21 anos crescida em Amambai (MT), acumulou milhões de reproduções e o topo nas paradas musicais do Brasil, além de surgir nos principais programas de televisão e lançar parcerias com grandes nomes como Luan Santana, em "Deja Vu", e Wesley Safadão, em "Covardia".

Em uma entrevista exclusiva para Marie Claire, Ana Castela voltou no tempo e avaliou a extrema mudança de vida que passou com a chegada da fama, além de comentar se acha que existe machismo na indústria do sertanejo e também sua relação com a moda.


Leia na íntegra:

MARIE CLAIRE Você se considera feminista? Recentemente aconteceram algumas críticas por chamarem a presença das mulheres no sertanejo de "feminejo", porque isso inviabilizaria que elas façam parte do sertanejo, querendo dizer que na verdade são um movimento à parte. O que você acha das mulheres nesse meio que sempre foi tão masculino? Como é ser a principal representante desse movimento agora?
ANA CASTELA Olha, eu estou aqui na luta junto com todas as meninas do sertanejo. Nós somos do sertanejo, nós não somos do "feminejo", porque não tem "hominejo", não existe, entendeu? Então nós somos do sertanejo, nós e todas as mulheres, e eu acho muito legal que nós somos unidas. Agora com esse projeto Amigas [especial exibido em dezembro na Globo] também, a gente "chegou chegando" para mostrar o nosso poder. Que a gente pode sim entrar num local no qual a maioria são homens, querendo ou não.
As pessoas falam tanto desse negócio de "é difícil da mulher entrar no sertanejo", mas todos os homens do sertanejo são muito bonzinhos com a gente, apoiam super, então é muito legal ver isso também, que não só as mulheres se apoiam, mas todos os homens do meio que eu conheço me apoiam e apoiam outras mulheres.


MC Você acha que existe machismo no sertanejo? Já passou por algo assim? Como mudar esse cenário?
AC Mais ou menos, acho que foi por causa do meu chapéu também e principalmente porque o meu apelido é "boiadeira". Mas eu vim da roça mesmo, não é mentira, eu mexia com gado ao lado do meu primo... são os homem que questionam, falando: "Boiadeira da onde? Mulher não pode ser boiadeira não, tem que ser só homem". Mas foi só isso que me lembro de ter vivido.


MC Você é a maior mulher do sertanejo no Brasil. Como é ter vivido essa ascensão em tão pouco tempo?
AC Uma loucura! Você do nada mudar sua vida de anônima pra uma vida de famosa, uma pessoa pública, não ter mais tanta privacidade, hoje em dia tudo que faço, onde almoço, onde janto, o pessoal sabe. É doideira, mas a gente vai se acostumando com o tempo.

MC Quais são suas inspirações de estilo? Você acompanha grifes, desfiles? Qual se identifica mais?
AC Eu e a Maria Augusta, que é a minha estilista, pensamos juntas, e ela depois pega algumas referências, seja de cantoras, de modelos, do Pinterest, e vem me perguntar o que eu acho. Mas é tudo ela que monta [risos].

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