Bia Reis: "Não há comentário no mundo que me faça duvidar de mim"
23/09/2024 09h51Fonte Vogue
Imagem: Felipe Costa (@felicostta)Bia Reis: "Não há comentário no mundo que me faça duvidar de mim"
Apenas cinco meses se passaram desde que Beatriz Reis, a Bia do Brás, deixou o "Big Brother Brasil". Mas sua vida deu tanta reviravolta "que parece que já faz um ano". Ela ganhou uma participação na novela "Família é Tudo", que se estendeu até o fim da trama; viu sua agenda ser tomada por publicidade e, na última semana, estreou quadro no "Encontro com Patrícia Poeta". Sempre com looks extravagantes e falas rápidas, sua características.
"Tudo que aprendi na rua, como camelô, são bagagens que me prepararam para estar onde estou hoje", diz ela à Vogue. "Foi muito sofrido chegar até aqui, comecei no teatro com seis anos de idade. Já cheguei a vender minhas roupas na feira do rolo para pagar meu curso", lembra.
Atriz formada e com DRT em mãos, Bia não se abate com críticas - sobretudo o preconceito que rodeia ex-BBBs. Cita os perrengues da família - como quando os pais abriraram mão de construir um quarto na própria casa para que ela pudesse estudar - para não se abater. "Então não há ser humano que venha me dizer coisas que vão me fazer duvidar. Quanto mais falam, mais eu causo", afirma.
Expressiva e agora famosa, Bia garante ser avessa a polêmicas. A menos que seja de moda. No bate-papo a seguir, ela fala sobre sua trajetória e o sonho de ter seu próprio programa de TV.
Vogue: O que significa para você a estreia no Encontro?
Bia Reis: Um marco na minha carreira. É a primeira vez que estarei como apresentadora em um programa na TV aberta, e esse era um dos meus grande sonhos. Ficou ainda mais especial porque é ao lado da Patrícia Poeta, uma pessoa que eu já era um muito fã. Agora, ela se tornou também uma grande amiga e me deu muitos conselhos para esse novo momento. Estou me sentindo muito realizada, em tão pouco tempo que saí da casa, com essa oportunidade. Tenho certeza que será a primeira de muitas.
Vogue: Como tem sido a experiência de fazer a novela?
Bia Reis: Mágica, um aprendizado muito grande. Eu fui muito bem recebida pelo elenco, equipe e diretores. Foi muito sofrido chegar até aqui, comecei no teatro com seis anos de idade. Já cheguei a vender minhas roupas na feira do rolo para pagar meu curso. O convite veio pelo próprio autor Daniel Ortiz, que escreveu especialmente para mim. Foi uma honra, um aprendizado. Tirei a Bia de cena para a Selminha entrar, e me diverti muito. Ela é uma pessoa ardilosa, fria, não tem sentimentos. Ela quer fofoca e eu sou o oposto, não gosto. Eu, Bia, não gosto de polêmica, só de estar em bafafá de moda.
Vogue: Como é essa relação com a moda?
Bia Reis: Respiro moda desde que eu era pobre e desconhecida. Uma vez eu fiz uma roupa com a cortina da minha mãe, eu tinha mil seguidores. Minha mãe botava roupa em mim e eu chorava porque eu que queria escolher. Gosto de fazer a minha moda. Se é extravagante ou não, gosto de me sentir eu e criar. Adoro usar figurinos que só eu vou ter e chegar nos lugares e só eu vou ter aquela peça.
Vogue: Voltando à novela, qual é o maior desafio?
Bia Reis: Dar vida a uma personagem que é o oposto de mim. Eu sou essa alegria, esse ânimo todo, sou assim todos os dias falante, tagarela. A Selminha é calma, ela pensa para falar. É o avesso de mim. Mas ao mesmo tempo é maravilhoso porque eu gosto de coisas que me desafiam.
Vogue: Qual seu maior aprendizado até aqui?
Bia Reis: A novela foi um dos maiores aprendizados, o Big Brother também. Acredito que tudo que vivi na minha vida foram grandes aprendizados, como ser camelô, ter essa questão da comunicação, desde criança sou assim. Tudo que aprendi desde a rua são bagagens que me prepararam para estar onde estou hoje.
Vogue: Como está sua rotina? Grava todos os dias?
Bia Reis: Foi bem conturbada, juntou tudo ao mesmo tempo. Eu gravava quase todos os dias, fazendo muita ponte aérea entre São Paulo e Rio por conta da novela e publicidade. Era chegar no aeroporto, pegar o voo e vir direto pro Projac, não conseguia nem parar no hotel. Mas eu sou agitada, então adoro essa adrenalina, esse corre corre.
Vogue: Embora você tenha DTR, vemos que muitas pessoas têm preconceito com ex-participantes do BBB em novelas. Como você lida com as críticas?
Bia Reis: Posso falar por mim, tem esse preconceito muito forte, mas eu lido de um jeito muito natural. São pessoas insignificantes, com argumentos sem embasamento. Eu sei da minha luta, não há comentário no mundo que faça eu duvidar de quem eu sou. Sei o quanto sofri para conseguir me formar, e não só eu, milhares de brasileiros têm essa realidade. Às vezes até passa necessidade para pagar a mensalidade. Eu sei porque vivi isso na pele. Eu vi os meus pais comprarem um terreninho em uma invasão que não tem nem escritura e tentar fazer um quarto pra gente ter uma cama pra dormir, e meus pais falarem [não, a Bia quer ser atriz, a gente vai parar tudo aqui, não vamos ter quarto, não vamos ter cama, não vamos construir a casa]. Tudo ser em prol do meu teatro. Então não há ser humano que venha me dizer coisas que vão me fazer duvidar. Quanto mais falam, mais eu causo.
Vogue: Sua vida mudou muito do BBB para cá. Como cuida de sua saúde mental?
Bia Reis: Não fiz terapia ainda, por incrível que pareça. Não tive tempo. Eu mal tive tempo para tratar minhas acnes e fazer uma depilação a laser que eu quero muito. Minha maior terapia é a minha família, é o meu combustível, e o apoio que a Globo me dá. Tenho profissionais excelentes do meu lado, lutando pela minha carreira. Tenho os pés no chão, não me deslumbro. Todo dia eu relembro tudo que eu passei pra chegar até aqui, e tenho muita fé. O mundo da fama tem muito glamour, mas isso não faz a gente ser melhor que ninguém. Tenho isso muito forte dentro de mim, o principal é o caráter. Quero encaixar terapia na minha agenda, estou muito feliz. É tanta coisa boa e em tão pouco tempo, que parece que já faz um ano que acabou o Big Brother. O que está bom, só melhora.
Vogue: Quais são seus sonhos daqui pra frente?
Bia Reis: Meu sonho é ter meu programa de TV. Quero estudar, aprimorar o dom da comunicação. E visualizo o programa "O Brasil do Brasil" do jeitinho que eu fiz na casa do BBB. Tenho muito público infantil também e eu já fui essa criança com muita vontade de ir para a televisão. Quero um programa com talk-show e que descubra talentos, inclusive talentos mirins. Quero levar alegria para o povo, invadir a casa das pessoas levando entretenimento de um jeito leve, divertido, e mostrar que tudo é possível. Quero muito ajudar vidas, sinto que minha missão é isso. Quero ser benção na vida das pessoas.
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