Bianca Castanho surpreende ao posar com a filha: "Somos cópias mesmo"
12/05/2020 10h59Fonte Revista Quem
Bianca Castanho não esconde seu lado mãezona. Em isolamento social na cidade de Miami, nos Estados Unidos, onde mora há quatro anos, a atriz tem usado a criatividade para entreter a filha, Cecília, de 7 anos, do casamento com o norte-americano Henry Canfield, durante o período de distanciamento por conta da pandemia do coronavírus.
"A rotina mudou porque ela tinha a escola, eu saía para trabalhar e agora ficamos em casa com meu marido, que faz home office. Eu limpo a casa, meu marido ama cozinhar. O simples sempre me fez feliz. Sempre acreditei que a gente pode ser feliz com pouco", diz ela, que atualmente atua na área de dublagem.
Com trabalhos marcantes em novelas como Terra Nostra (Globo, 1999), Malhação (Globo, 2001) e Esmeralda (SBT, 2004), Bianca, de 41 anos de idade, afirma que a filha já demonstra interesse pelo lado artístico. Ao falar sobre as atividades para divertir a pequena, Bianca contou que fez um dia de modelo com a menina, que contou com Henry como fotógrafo, além de fazer piquenique e acampar dentro de casa.
Leia a entrevista completa abaixo:
Quem: Você vive nos Estados Unidos. Adaptada à rotina daí?
Bianca Castanho: A gente veio para cá em janeiro de 2016. É impressionante que passou muito rápido. Não vou dizer que foi fácil. Costumo dizer que foram seis meses para me adaptar. A Cecília tinha 3 anos e meio. Ela já ia à escolinha no Brasil, mas quando viemos para cá e ela não falava nada do inglês, ficou seis meses em casa comigo e depois a matriculamos na escola.
Que dificuldades você tinha? No idioma?
Eu falava, mas não era a fluente. Tinha noção por já ter estudado, feito cursos de inglês… Tive que me adaptar com coisas simples como ir ao supermercado, sabe? Na hora de ir às compras de itens de limpeza, de carne, verduras, frutas… Você encontra diferenças. Uma ida à manicure, que pode parecer cotidiano, também não é a mesma coisa, mas a adaptação rolou. Moro em Miami. Tem muito brasileiro e muito latino por aqui. Isso me ajudou muito.
Culturalmente falando?
Não só o jeito mais solto que temos, mas também pela familiaridade de que aqui se encontra tudo. Há uns mercadinhos com produtos do Brasil. Sou gaúcha e encontro até a erva mate do meu chimarrão (risos). Também encontro tapioca, batata palha e chocolates brasileiros.
E a Cecília? É bem adaptada? Fala os dois idiomas?
Ela fala as duas línguas, sim, mas fomos observando que o inglês virou a primeira língua dela. De vez em quando, ela mistura. Ela fala super bem o português, mas às vezes falta um vocabulário. Outro dia, ela estava falando que iria rescue os animais. Expliquei que o correto, em português, é resgatar. Quando caiu um dentinho dela, ela queria deixá-lo para a fada do dente, mas não havia nada que a fizesse lembrar da expressão fada do dente (risos). Em casa, a gente só fala português e só vemos a programação brasileira na TV.
O que te motivou a se mudar para os Estados Unidos?
Um dos principais motivos foi oferecer uma boa qualidade de vida para a Cecília. Meu marido nasceu nos Estados Unidos e tinha vontade de voltar para trabalhar aqui. Achava também que seria uma oportunidade bacana para ela. Quando nossa filha se adaptou à escola, foi uma tranquilidade para mim e também comecei a conquistar minhas oportunidades profissionais na área de dublagem.
Encontrou essas oportunidades com facilidade?
Existe bastante demanda na dublagem. Confesso que me angustiava por não saber o que seria de mim profissionalmente quando me mudei. Hoje, trabalho em dois estúdios. Eles mandam materiais que dublo para o Brasil e para Angola. Já fiz novela chinesa, turca, mexicana, além de desenhos e reality show.
Nossa, uma porção de trabalhos! São bem diferentes um do outro?
Tem dias que faço cinco personagens em um mesmo dia, varia com a demanda. Tem semanas que gravo todos os dias. Faço o meu horário e organizo minha agenda de acordo com o horário da Cecília na escola. Uma das primeiras vozes que fiz foi a da Bill, da série Doctor Who. Também dublei a vilã de uma novela turca, chamada Minha Vida, que passou na Band.
Imagino que o bacana seja a variedade de papéis que a dublagem permite.
Sempre fiz muitas mocinhas nas novelas do Brasil. Na dublagem, é diferente porque faço a boa, faço a má… Em um reality, dublei uma participante falando que tinha o objetivo de emagrecer. São muitos personagens bacanas.
O mundo vive a pandemia do coronavírus. De que forma sua rotina foi afetada por aí?
Ninguém estava preparado para passar por isso. É muito doido. Entramos em quarentena na mesma época do Brasil. Percebo que a empatia foi reforçada diante de um cenário de insegurança e incerteza que esse vírus traz. Aqui, somos nós três apenas. Eu, meu marido e minha filha. Não trouxe familiares, nem funcionários. Nas atividades domésticas, não sinto diferença porque sempre fiz a limpeza da casa. Na divisão de tarefas do lar, sempre nos dividimos. A rotina mudou porque ela tinha a escola, eu saía para trabalhar e agora ficamos em casa com meu marido, que faz home office. Eu limpo a casa, meu marido ama cozinhar. Desde que chegamos aqui, estamos no ritmo dos americanos. O simples sempre me fez feliz. Sempre acreditei que a gente pode ser feliz com pouco.
Nas redes sociais, percebo que tem sido criativa para entreter a Cecília. Já teve piquenique, acampamento...
Estou tentando ser criativa. Acho que a criança tem que sentir o mínimo possível. O adulto vai ter um olhar angustiante, mas quero que ela tenha lembranças boas desta fase. Não quero que, assim novinha, guarde esta fase como um momento ruim. Quero que ela lembre que acampou na sala, que fez piquenique na varanda… São coisas simples. No dia do acampamento, levamos colchão para sala e dormimos com a TV ligada em uma imagem de fogueira (risos).
Ah, você está cheia de dicas para as mamães...
Faço a brincadeira render. Acho que isso ajuda a tornar tudo mais lúdico e contagiar. Já no começo da semana, eu estava falando sobre o acampamento que faríamos no sábado. Também tivemos o piquenique com brownie na varanda, o spa day… Mostrei no Instagram e tive um retorno tão legal. A rede social tem um lado bom e ruim. Eu me questiono sempre até que ponto mostrar, mas recebi fotos no inbox de gente que acabou motivada a fazer um acampamento com as crianças na sala. Esse retorno é bacana. Comprei uma piscininha de plástico e estávamos os três felizes com ela montada aqui em casa. Como todos, tem dias em que estamos mais angustiados e aí é válido assistir a um filme jogado no sofá
E sua filha está com aulas à distância ou entrou em férias?
Ela tem aulas, mas não são ao vivo. A professora manda as atividades e a Cecília faz. Às vezes, funciona; às vezes, rende menos.. A dificuldade é o clima de férias sem estar em férias. Para mim, montei um miniestúdio aqui em casa para mandar as gravações das dublagens.
Cecília é filha única. Cogita a possibilidade de ter mais um filho?
Antes de engravidar, pensava em ter dois. Tive uma gravidez maravilhosa, mas na reta final fui diagnosticada com eclâmpsia, caracterizada pela pressão alta. Cecília acabou nascendo quando eu tinha completado 33 semanas de gestação, com 1,800 quilo, muito pequeninha. Passou 24 dias na UTI neonatal. Como a eclâmpsia é um risco para a mãe, descartei [engravidar novamente]. Depois de ter a primeira, não queria correr o risco de faltar a ela… A gente passa a ponderar muito. Sou realizada como mãe da Cecília e raramente ela manifestou a vontade de ter um irmão. Só agora, na quarentena, que ela veio com a ideia de que seria legal ter um (risos).
Como ela encara os comentários de que é muito parecida com você?
Ah, ela adora! Meu marido brinca e diz que ela é a cara dele, mas a Cecília logo rebate: Eu sou a cara da mamãe (risos). Somos cópias mesmo. Não só fisicamente, mas ela também tem o meu jeitinho.
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