Bonner alerta contra negacionistas e epidemia de fake news
27/05/2020 15h42Fonte Gshow
Imagem: Reprodução/TV GloboWilliam Bonner foi o convidado de Pedro Bial dessa terça-feira, 26/5.
Na bancada do Jornal Nacional desde 1996, William Bonner não evita a comparação ao antológico âncora do telejornal, Cid Moreira: ele está a três anos de bater o recorde de seu antecessor. No Conversa com Bial de terça-feira, 26/5, parte da série de programas comemorativos aos 70 anos da TV no Brasil, Bonner compartilhou detalhes inéditos da rotina nos bastidores do noticiário, além de aspectos de sua personalidade pouco conhecidos pelo grande público. Ao recordar uma pergunta dos tempos em que era ativo no Twitter, filosofou:
“Qual é o William Bonner real, o da TV ou é da rede social? Sou esses dois. O filho da dona Maria Luisa, pai de trigêmeos, amigo e colega de redação. Pereba do jogo de futebol. Sou esse cara aí. Sou esses caras todos aí.”
De suas casas, os apresentadores comentaram o isolamento social necessário à prevenção contra o coronavírus. Bonner contou que está de quarentena desde as eleições de 2018, quando passou a ser uma das vítimas da polarização extrema do país. Em suas palavras, muitos dos que antes o aplaudiam agora o xingam, e o oposto também acontece.
“Polarização chegou a um ponto em que minha presença em determinados locais públicos era motivadora de tensões. Quando eu percebi isso, percebi isso de maneira ruim, dentro de farmácia. Fui agredido verbalmente, insultado, desafiado.”
Imagem: Reprodução/TV GloboWilliam Bonner fala sobre bastidores de sua carreira.
Ao lamentar o alcance inédito dos negacionistas, que considera o maior perigo nacional, reiterou o compromisso do telejornal contra outra epidemia que assola o país: a de fake news:
“O que dizer de uma pessoa que inventa um boato dando conta de que uma certa vacina mata ou produz um efeito ruim? Ou, o contrário, alguém que inventa uma informação de que um determinado medicamento está salvando as pessoas? O que é isso senão a maldade?”
A "infodemia", epidemia de informações (muitas delas falsas) a que somos submetidos por diversas vias diariamente também esteve em pauta. Bonner explicou que essa novidade dá ao telejornal o desafio de separar o joio do trigo, descartando ou desmentindo os fakes, e reorganizar logicamente o excesso de notícias. Para ele, muitos telespectadores redescobriram o prazer de se informar dessa forma.
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