Bruna Marquezine reflete sobre vida, fama e saúde mental
02/12/2019 15h09Fonte Vogue
Imagem: Divulgação/Fernando TomazClique para ampliar
Aos 24 anos de idade e 16 carreira, Bruna Marquezine se prepara para uma grande virada profissional. Cover-girl da da 52ª edição da Revista Cidade Jardim, publicada pelas Edições Globo Condé Nast, a atriz abre o coração numa conversa franca com Bruno Astuto e surpreende: ela mostra as muitas e profundas camadas de uma personalidade que vai muito além do pódio nas redes sociais.Clicada em Paris por Fernando Tomaz, com direção de moda de Donata Meirelles e edição de moda de Rita Lazzarotti, ela fala sobre saúde mental, trabalho e religião. A seguir, alguns highlights entrevista.
Redes sociais
“Nunca tive nenhuma grande ambição relacionada às redes sociais, as coisas foram acontecendo de forma bem natural, orgânica. Descobri muito mais tarde que existem horários para postar, que geram mais engajamento. Mas fiquei com medo de me tornar refém disso. O mais precioso, na verdade, é o meu equilíbrio, minha saúde mental. Então eu me policio para não ser sugada pelo algoritmo.”
“Por mais que eu tenha vivido momentos de grande exposição, nunca foi por uma escolha minha, mas uma decisão de terceiros. Não tenho tanto esse desejo de dividir tudo o que estou fazendo, até mesmo com os meus amigos. Normalmente, eu divido só com quem é muito, muito próximo.”
Saúde mental
“Infelizmente, busquei a terapia num momento em que já estava depressiva. Era uma urgência. Tive distúrbio alimentar, distúrbio de imagem e estava muito mal. Você quer sair dali, daquele lugar e não sabe como, mas quer também entender o que a levou àquilo. Acho que a gente é tão mais útil quando se entende. Terapia é o maior investimento que você pode fazer em si mesma.”
Religião
“Não sou uma pessoa religiosa, mas a parte espiritual, independentemente da religião, para mim, é tão importante quanto, ou até mais. Nessa escola eu conheci muitos amigos evangélicos e passei a frequentar células, que são encontros mais descontraídos para falar
de Deus, dentro da casa de uma pessoa, onde você pode trazer questionamentos e debates. Assim eu comecei a experimentar um relacionamento diferente com Deus, uma intimidade.”
Trabalho
“Nos últimos anos, eu identifiquei que novela é um estilo de obra muito desgastante. Eu não conseguiria, por exemplo, entrar numa novela agora, sabe? Chegou um momento em que fiquei com medo de descontar meu cansaço ou o excesso de exposição no meu amor pela arte. Sou mais do que grata por todas as novelas que fiz, mas preciso também conhecer outras formas de fazer o meu ofício, de experimentar.”
“Nunca fui uma pessoa muito ambiciosa no sentido de ter coisas. Ainda estou pagando minha casa, que eu considero a primeira conquista desde que comprei com meus pais o apartamento em que eles moram hoje. O que existe é uma superglamourização da profissão. Muitos jovens olham só para o glamour, a fama, o dinheiro, e essa não é a realidade inteira.
Idade
“Detesto me levar a sério, mas, às vezes, é tanta cobrança, que eu esqueço que tenho só 24 anos, que, está tudo certo. Ainda tenho muito caminho pela frente, muita coisa para aprender. Sei que vou errar, que vou acertar, que a vida ainda vai dar muitas voltas.”