Carolina Dieckmann diz que maturidade a libertou e critica etarismo
25/04/2025 11h57Fonte O Globo
Imagem: Leo Aversa
Carolina Dieckmann

Carolina Dieckmann não tem mais tanto medo da crítica. Um ganho da maturidade, que também a faz pensar que vive a melhor fase da vida. A atriz falou sobre as dores e delícias da passagem do empo em entrevista à jornalista Maria Fortuna, no videocast “Conversa vai, conversa vem”, do OGLOBO, no ar no Youtube do jornal. Veja a seguir:
São mais de 30 anos na TV, você cresceu e amadureceu diante dos espectadores e lidou a exposição desde muito nova. Como essa realidade forjou a mulher que você é?
Tive que amadurecer logo, mas fiz muitas coisas sem ter amadurecido. Dei entrevistas sem a menor noção do que estava falando, mudei de opinião. Muitas vezes, me senti mal interpretada porque, além de menina, sempre fui de peito aberto. Fui aprendendo errando muito. Hoje não me interessa mais saber fazer, me interessa sentir. Se não der certo, faz de novo. Durante um tempo, você fica querendo acertar toda hora, tentando tirar 10, porque tem medo da crítica. Hoje não tenho mais tanto medo da crítica.
Não vamos entrar naquele papinho de “ah, sofri preconceito por ser bonita demais”. Mas em que medida a beleza te abriu e fechou portas?
Me fechou muitas portas com "ah, bonita demais". Não é papinho, é realidade. No começo me abriu portas. Comecei como modelo, óbvio que estava ali num padrão. Mas agora, já perdi alguns papéis. Fiz um teste para ser uma cozinheira de comunidade, e o autor falou: "Ela não tem cara de cozinheira de comunidade". Não pode ter uma pessoa que nem eu na comunidade? Já falaram "Você é colorida demais".
Envelhecer não é permitido à mulher no mundo patriarcal. Você virou uma voz contra o etarismo após ser chamada de velha ao postar fotos. Como tem sido não deixar que te coloquem nesse lugar de expectativa para que seja eternamente jovem e equilibrar essas forças dentro de você?
Não é fácil, é chato, mas mais pelas limitações, uma dor que aparece... Colágeno é secundário. Não consigo olhar para mim e pensar que estou velha. Por dentro, não estou, não sei que idade tenho. Tenho 46 nesse mundo aqui, mas na alma...Tem um monte de coisa que quero e posso viver. O que que não posso viver por causa da minha cara? Acho acho bobo pensar que envelhecer é ter menos colágeno. Há tantas outras coisas acontecendo mais interessantes. Estou cuidando mais da minha saúde, alimentação. Daqui a pouco, vou entrar na menopausa e estou lendo sobre isso. Estou mais preocupada com a mulher que vem de dentro do que a que está fora. Vou na dermatologista, faço laser, pinto o cabelo, mas isso é parte secundária do envelhecimento. Existe outro movimento que está acontecendo e que revela a mulher que quero ser.
Ainda assim, você não deixou de gritar quando te chamaram de velha e quando te criticaram por estar magra demais...
Emagreci por causa de um personagem, para fazer um filme. Daqui a pouco, ele será lançando e vão ver o motivo. Mas eu gostei do corpo. Nunca fui uma pessoa muito acima do peso. Sempre fui mais para esse corpo, tanto que eu estou vestindo minhas roupas. E qual é a questão de alguém com isso? Deixa!
Vai cuidar da sua vida, por favor?
"Ah, não, porque ser magro envelhece". E aí? Então fica você mais cheinha. Não tenho nenhuma dúvida de que estou na minha melhor fase. Tenho muito mais energia que tinha com 20 anos, muito mais consciência do que eu quero na vida. Tenho ruga, pé de galinha? Tenho, mas tenho saúde.
Como é a sua relação com procedimentos? Faz? Você tirou o silicone...
Botei silicone sem entender o que estava fazendo, né? Tinha amamentado meu segundo filho, oito meses cada um, o peito desapareceu. Fui ao médico e ele falou: "Vamos colocar 90 ml em cada, é o mínimo, vai preencher e ficar tudo certo". Coloquei e odiei. Não como ele ficou, ficou lindo. Mas sentia ele gelado. Deitava e sentia aquele negócio. Fiquei 10 anos com silicone, odiando e não entendendo que tinha a opção tirar. Por que não fiz isso 10 anos atrás? Enfim, me libertei de uma coisa que não fazia nenhum sentido pra mim. Estou mais feliz assim, no momento mais feliz da minha vida, me sentindo capaz, consciente, fazendo um monte de coisa que não sabia que queria fazer.
Mas o silicone foi uma lição para não exagerar nos procedimentos?
Mais ou menos. Gosto de fazer laser. Tenho medo de agulha, de ficar enfiando coisa, essa coisa de preencher... acho tudo meio estranho. Vou à dermatologista uma vez por mês, faço o laser que posso fazer, porque demora quatro meses para fazer outro . Chego lá e pergunto: "O que posso fazer esse mês?". Faço limpeza de pele, eu não descuido. Sou vaidosa, quero estar com a minha pele bonita. Odeio ter espinha. Quero estar com uma cara boa sem ficar maluca.
Lábio você colocou?
Não.
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