Chico Buarque e Zeca Baleiro cantam em disco sobre a cidade de Santos

27/12/2018 09h37


Fonte Folha Press

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarChico Buarque(Imagem:Divulgação)Chico Buarque

Embora seja a origem de nomes como Renato Teixeira e Tulipa Ruiz, a cidade de Santos entrou de vez na rota da música brasileira depois que o Charlie Brown Jr. estourou nos anos 1990, transformando a praia em escritório e fazendo do skate e do futebol temas de batidas de rock.

Agora o município do litoral paulista vai ganhar contornos de MPB. O carioca Chico Buarque, o maranhense Zeca Baleiro, o catarinense Carlos Careqa e outros nomes cantam diferentes atrações santistas nas faixas do disco "Canções de Amor Caiçara".

O álbum foi criado por dois moradores da Baixada -as letras, todas inéditas, são do escritor Manoel Herzog, autor de "A Jaca do Cemitério É Mais Doce"(Alfaguara) e do vencedor do Jabuti "A Comédia de Alissia Bloom" (Patuá), enquanto os arranjos foram feitos pelo músico Marcos Canduta.

Conectadas como em uma opereta, as 13 faixas narram a história de um santista que trabalha em São Paulo e que, voltando ao litoral no fim de semana, encontra no ônibus uma paulistana que vai passar uns dias no litoral.

"É um amor de fim de semana. Parecido com Santos, que é uma cidade de veraneio, que as pessoas amam em poucos dias e logo vão embora",
diz Herzog.

Os músicos se revezam na voz masculina do personagem e descrevem pontos emblemáticos da cidade -estão lá a praia, o orquidário, a zona de prostituição, o prédio da Bolsa do Café e o clube do Santos, por exemplo.

É justamente sobre esse lado futebolístico o sambinha cantado por Chico na faixa "Futebol", que cita Pelé, Neymar, Robinho, Coutinho, Pepe e outros nomes da Vila Belmiro. Já Baleiro, em "Descendo a Serra", narra a descida pela Serra do Mar, com os inevitáveis comboios, chuvas e neblinas.

Além dos dois e de Careqa, participam também o músico Alberto Salgado e nomes locais como Viviane Davoglio, João Maria e o grupo Filhos da Tradição, em ritmos que passam por bossa nova, fado, valsa, além do samba.

Planejado para ser lançado de maneira independente, o álbum foi financiado a partir de um edital da prefeitura santista. "Queremos mostrar que o apoio do Estado para a cultura é importante. O disco é como um manifesto", afirma Herzog. Nenhum dos artistas cobrou para participar do álbum, segundo o compositor.

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