Cristiana Oliveira celebra os 60, relembra "quase acidente" em novela e diz: "Nunca me senti sexy"

18/10/2024 10h31


Fonte gshow

Imagem: Marcelo BruzziCristiana Oliveira faz balanço da carreira e de vida pessoal.(Imagem:Marcelo Bruzzi)Cristiana Oliveira faz balanço da carreira e de vida pessoal.

"Não me arrependo de nenhuma experiência que vivi: fiz o melhor que podia". É assim que Cristiana Oliveira se define. Aos 60 anos, a carioca amadureceu junto ao público, dando vida a personagens inesquecíveis como Juma Marruá, da primeira versão de Pantanal (1990), Tati Tarantini, de Quatro Por Quatro (1994), a malvada Alicinha, de O Clone (2001), e a presidiária Araci Laranjeira, de Insensato Coração (2011).

Primeiro modelo e depois jornalista, Cristiana se lançou nas novelas ainda no final dos anos 80, em "Kananga do Japão" (1989), da extinta TV Manchete. Em entrevista ao gshow, ela relembra o frio na barriga ao fazer sua estreia nos sets de filmagem.

"Insegura eu sou até hoje, acho que é uma coisa que faz parte do ator. Acho que é uma coisa boa, porque a gente vai procurando melhorar, cada vez mais. Atuar não era um sonho meu. Aconteceu".

Lembrada até hoje por sua marcante Juma, de Pantanal, Cristiana - naquela época já há um ano na profissão - relembra alguns perrengues dos bastidores da história.

"Como eu não bebia, acabava dormindo muito cedo. O pessoal gostava de uma cervejinha, de uma cachacinha, de jogos. Tinha jogatina. Eu nunca participei, então as pessoas achavam que eu era antissocial. E era, mesmo. Mas não porque não quisesse socializar, ficava sem graça", entrega, aos risos.

Ela ainda recorda de um quase acidente que viveu, durante as gravações da novela.

"Era um teco-teco, quatro lugares. Embarcamos e começou uma chuva. O avião balançava para um lado, balançava para o outro. Perguntei: Esse avião vai cair?. O Paulo Gorgulho, que era mais maduro, me disse: Não, fica tranquila. [...] Eu peguei a mão dele e comecei a rezar, um olho para baixo, e o outro fechado. Quando a gente pousou, beijei o chão do Pantanal e disse: Não quero nunca mais. Imagina que eu andei outras 70 vezes nisso, entre ida e volta?", gargalha.

Feliz por ter feito parte do elenco da história e por ter marcado tantas gerações com o papel, Cristiana reforça, no entanto, o estigma de ter dado vida à personagem.

"Eu sou uma Odete Roitman da vida. No sentido de olhar para aquela pessoa e já ver a Juma, ali. Ela vai me acompanhar a vida inteira".

Anos mais tarde, Oliveira foi para a Globo. Par romântico de Tarcísio Meira em De Corpo e Alma (1982), Cristiana revela que foi difícil encarar o veterano com "olhos de crush": ela já era amiga da família por conta de Tarcisio Filho, com quem começou a carreira.

"Do Tarcísio, tive todo o acolhimento do mundo. Quando fui trabalhar como par romântico dele, já existia um respeito, a gente já se conhecia. Mas, mesmo assim, foi difícil fazer esse par romântico com ele. Era uma pessoa que eu tinha extremíssimo respeito, então, para beijar, era muito estranho", conta, aos risos.

"Tive o acolhimento, inclusive, da Dani Perez, que foi uma pessoa que esteve muito ao meu lado, em várias situações, e a insegurança foi embora. Peguei e transformei em força, para que eu aprendesse".

Mais tarde, além de Quatro Por Quatro, O Clone e Insensato Coração, Cristiana também emplacou papéis de sucesso em Salve Jorge (2012), na bíblica "A Terra Prometida" (2016) e em "Topíssima" (2019) - essas duas últimas produzidas pela Record TV.

Estilo de vida e "fama de sex symbol"
Imagem: Reprodução/InstagramCristiana Oliveira é adepta da rotina de exercícios físicos.(Imagem:Reprodução/Instagram)Cristiana Oliveira é adepta da rotina de exercícios físicos.

Nas redes sociais, Cristiana compartilha momentos de bem-estar, yoga e a rotina de exercícios físicos. Ao gshow, a artista comenta seus cuidados com o corpo.

"Cuido da minha alimentação, não fumo, bebo pouco, não como glúten, não como leite, nem derivados, não como açúcar. Vivo a minha vida um dia após o outro".

Sobre o "rótulo de sex symbol" que recebeu nos anos 90, Cristiana diz que jamais se enxergou assim.

"Nunca fui. Acho que os outros me elegeram, mas nunca me senti sexy. Posso ter interpretado uma pessoa sexy, na época era atriz e modelo. Sempre me entendi muito bem com câmera".
"Até hoje meu marido fala: Você é bagaceira pra caramba. Eu ando praticamente de uniforme, que é calça jeans, blusa branca, boto um blazer oversize, uma jaqueta de couro... Me visto igual ao Mark Zuckerberg, só não tenho a conta bancária dele. Sabe aquela pessoa que tem preguiça de se vestir?".

Ela reflete sobre o possível estigma à sensualidade pela sua atuação em Pantanal, durante as cenas de nudez de sua personagem. "Para mim, era tão natural. A Juma é dali, nasceu naquela natureza toda. Óbvio que tinha uma intenção, ali, da emissora, de atrair atenção do espectador. Mas a Cristiana estava pouco se lixando para isso, nem estava preocupada se tinha barriga, peito caído, se estava gorda ou magra, se estava cabeluda ou não".

Chegada aos 60
Imagem: Marcelo BruzziCristiana Oliveira fala da chegada aos 60.  (Imagem:Marcelo Bruzzi)Cristiana Oliveira fala da chegada aos 60.  

Caminhando para os 61 anos em dezembro deste ano, Cristiana revela que a idade, para ela, nada mais é que um número.

"Crise dos 60? Nunca tive, isso é só uma marca que o povo estabelece. Não fico pensando nessas coisas, não. Eu só vivo. Sou uma pessoa cheia de energia, aproveito a vida no máximo que ela me dá. Reconheço os erros, tento aprender. Não tenho arrogância de achar que sei tudo, porque não sei".

"Graças a Deus não tenho mais TPM. As únicas vezes que eu fui meio antipática foram no auge da TPM. Não tenho mais, já há oito anos. [...] A flacidez é terrível, celulite pior ainda, os pés de galinha, então... Mas estamos vivos, e seguimos bem", analisa.

Família e casamento

Em um relacionamento com o empresário Sergio Bianco há mais de seis anos, Cristiana não é adepta da ideia do matrimônio. Ela conta que, mesmo com o namoro duradouro com o amado, ainda não pensa em subir ao altar novamente.

"Não, a gente só optou em morar junto. Na verdade ele viaja muito, é dono de uma fábrica de cosméticos e tem os clientes dele, no Brasil inteiro. Eu também viajo muito, então, quando a gente se encontra, é uma delícia".

"Já estamos juntados, temos a nossa vida. [...] Sou filha de um casal que viveu 70 anos juntos, só se separaram porque minha mãe morreu antes do meu pai. Tenho exemplos de casamentos muito longos, mas era outra época", avalia a atriz.

Oliveira acrescenta: "O Sérgio e eu somos pessoas que respeitamos muito a individualidade um do outro. É uma questão de escolha. Se eu não estivesse com ele, estaria sozinha. E estaria bem, sozinha. Sou sagitariana, gosto de ter meu próprio espaço".

Mãe de Rafaella Wanderley e Antônia Sampaio, e avó do pequeno Miguel, de 11 anos, Cristiana diz que "vira onça" quando mexem com quem ela ama.

"Mexer com os meus, não pode! Ou ser uma pessoa que se ache melhor que a outra, que maltrate os animais, que se coloque em uma posição superior".

Revelando ser uma pessoa grata às oportunidades, ela faz um balanço do que passou até aqui.

"Vivi aquilo que tinha que viver, aprendi e me transformei em uma mulher bacana, de caráter. Fiz muita besteira, mas era para eu fazer. Estou leve comigo", entrega, sincera.

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Tópicos: vida, pessoa, cristiana