Deive Leonardo relembra fase como ator e fala sobre a fama de evangelista popstar

20/05/2024 09h55

Fonte Revista Quem

Deive Leonardo em seu Instagram é seguido por mais de 16 milhões de pessoas, entre elas muitos famosos como Richarlison, Valesca Popozuda, Vitão, Bruna Griphao, Pedro Scooby, MC Guimê, Pyong Lee e Wesley Safadão.

O evangelista, de 34 anos, se prepara para voltar à Festa do Peão de Barretos em agosto, onde apresenta sua nova tour mundial, a Antes & Depois, e tem um quadro no programa Chega Mais, do SBT.

Em conversa com a Quem, Deive falou sobre o passado como ator, o reencontro com Deus, a missão para evangelizar e como lida com o ego que a fama pode gerar.

Como foi a sua criação cristã?
Nasci em uma família cristã, mas meus pais não eram evangelistas. Durante um período muito grande meus pais ficaram divorciados dentro de casa e eu acabei me afastando da igreja. Os princípios que deveriam governar o meu coração deixaram de governar. Eu me afastei de Deus, na verdade. Não é sobre estar mais perto do mundo secular. A gente trabalha e vive nele, não tem como se afastar disso. O problema é se distanciar de Deus.

É verdade que você tentou a carreira de ator neste período e quase entrou para Malhação?
Quando eu tinha 16 anos, viajei para São Paulo e fiz testes em cinco agências. Uma delas era uma agência que trabalhava com o elenco de Malhação. Fui aprovado em todos. Eles enviaram uma carta para que eu pudesse voltar para novos testes, agora para o personagem da Malhação. Só que comecei a namorar nesta época e tomamos uma decisão. Aquela namorada, que hoje é a minha esposa, disse para eu escolher: era Malhação ou namorar. Escolhi namorar.

E como foi o seu reencontro com Deus?
Meu encontro com Deus foi em 23 de abril de 2009, aos meus 19 anos de idade. Estava distante do Senhor. Esse foi um dos dias mais doloridos da minha vida por vários motivos. Neste dia tive desejo de morte, muitas coisas ocultas aos meus olhos vieram à tona. Foi o pior dia da minha vida que depois se tornou o melhor porque marcou o momento em que Deus entrou na minha vida e mudou a minha história.

Antes de se tornar evangelista, você estudou Direito. Quando sentiu esse chamado para virar evangelista 100% do seu tempo?
Minha esposa e eu somos formados em Direito. Nos últimos anos da faculdade, começamos a viajar bastante já pelo Brasil, mas quando estava me formando, ficou muito claro que eu não ia seguir esta carreira. Deus de várias formas deixava claro isso no meu coração. Não havia paz para seguir nesta realidade. No final de 2014 decidi me dedicar ao evangelismo.


Você vai participar da festa de Barretos novamente. Quando sentiu que era preciso sair dos ambientes tidos como cristãos para poder levar a palavra de Deus?
Esse é o objetivo principal do evangelista: comunicar o evangelho para todas as pessoas e não para uma igreja. Apresentar Jesus a todas as pessoas. O evangelista vai onde estão as pessoas. Barretos é uma porta extraordinária que o Senhor abriu e pela qual conseguimos alcançar milhares de pessoas na última edição em que estivemos. Foram 47 mil pessoas tocadas. Além disso, fizemos doações para o Hospital do Câncer de Barretos.

Você é considerado um popstar gospel. Como trabalha o ego e a fama?
Eu não me considero, mas não sei se as pessoas me veem desta maneira. A nossa missão é fazer Jesus conhecido. Óbvio que consegui visibilidade por conta desta missão, que graças a Deus, é muito bem-sucedida, mas o foco é sempre a mensagem e não o mensageiro. Os mensageiros são transitórios e a mensagem, não. Sempre tento olhar por essa perspectiva e acabo lidando de uma maneira que não afete meu coração. A mensagem é superior ao mensageiro.

Você tem muitos seguidores famosos que escutam as suas mensagens sem necessariamente serem evangélicos. Como tem conseguido alcançar as pessoas de outras crenças e denominações?
A minha mensagem é totalmente focada em Jesus e essa sede pelo evangelho está em todos os corações. Todo ser humano nasce com algo que falta aqui dentro e que só Jesus pode preencher. A pessoa, às vezes, não é evangélica, mas é cristã, acredita na pessoa de Jesus e está ainda em um processo de transformação.

Cresceu muito o número de pessoas que consomem conteúdos cristãos, mas que não necessariamente fazem parte de uma denominação ou mesmo se consideram evangélicas. Como você vê esse movimento?
A cada dia essa sede por consumir essa espiritualidade cristã e a mensagem de Jesus aumenta. Isso é parte da vida do ser humano. Estamos vivendo em um mundo muito caótico. O caos é uma das coisas que mais nos aproximam de Deus porque não tem para onde corrermos. Óbvio que existe essa preocupação de ter apenas espectadores e não parte daquilo que estão ouvindo. A fé não é só aquilo que você crê, mas o que você faz com o que você ouve. Tem um texto bíblico que diz, "a fé sem obras é morta". Se a minha fé não transforma minhas decisões e escolhas, provavelmente não me encontrei com o evangelho de verdade.

As mensagens de advertência nem sempre são bem-vindas. Como você trabalha essas mensagens?
Não existe como tirar a exortação da mensagem. Ela sempre vai estar enraizada ali. O amor ele faz isso. Quando alguém diz que na mensagem não carrega exortação é porque ela não vê o tom de voz de raiva ou questão de peso. Mas a exortação não é desta maneira. Quem tem filho sabe que a medida mais poderosa para corrigirmos os nossos filhos é pelo amor. A minha forma de comunicar o evangelho é através do amor. Você pode corrigir e exortar em amor. Este é o caminho que eu sigo. Algumas pessoas têm uma expectativa mais pesada, mas não poderão experimentar na minha mensagem. Não é o que eu acredito.

Você está em turnê com Antes e Depois. O que quer comunicar com essa mensagem?
Somos a geração mais visual do mundo. Temos as transformações estéticas que estão em alta, de antes e depois. Mas existe uma transformação que acontece dentro do coração e produz um antes e depois eterno na nossa vida. Existe um antes desta mensagem e um depois. Creio que quando somos alcançados pela palavra, isso divide a nossa história em antes e depois. Esse é o propósito da turnê.

E você também recebeu o convite para ter um quadro no Chega Mais. Como aconteceu esse convite?
A gente está muito feliz de viver esta fase. Meu objetivo é sempre em todas as plataformas cumprir a minha missão. Estar no Chega a Mais todas as segundas e sextas com uma mensagem de esperança e de fé tem sido uma experiência maravilhosa.

Quais são os próximos objetivos?
Temos caminhos a serem desbravados e como nada que não é contado pode ser destruído, a gente prefere ficar quietinho (risos). Mas estamos orando pelos próximos passos que sempre têm o objetivo de alcançar mais pessoas por meio da nossa mensagem.

Toparia fazer uma novela evangélica como ator?
Queremos muito produzir um filme. Estamos em conversas avançadas. Seria mais uma forma de comunicar Jesus às pessoas.