Equipe do VÃdeo Show não soube com antecedência do fim do programa
09/01/2019 10h44Fonte Folha Press
Imagem: DivulgaçãoClique para ampliar
Havia três boatos circulando na produção do Vídeo Show nos últimos dias. Um deles dizia que o programa voltaria a ser semanal, como foi em seus primeiros anos. As matérias só focariam no filé mignon da programação da Globo. Um Vídeo Show mais enxuto e mais consistente.
Outro rumor falava que o Vídeo Show se tornaria um segmento dentro de algum outro programa da Globo, matutino ou vespertino. Um espaço dedicado à memória e aos bastidores da emissora, mas com uma duração muito menor do que (ainda) tem hoje. O terceiro boato era de que o Vídeo Show simplesmente acabaria. Foi o que acabou se confirmando.
Na última terça (8), pouco antes de a emissora enviar um e-mail à imprensa anunciando (entre outras coisas) o fim do Vídeo Show, o novo diretor da área de entretenimento, Mariano Boni, comunicou à equipe, em um discurso de quatro minutos, que o programa terá sua derradeira edição na próxima sexta (11).
Essa despedida não terá nada de especial. Vai ser um programa normal, como o de qualquer outro dia. Nem há tempo hábil para preparar algo fora da rotina. Por enquanto, nenhum profissional do Vídeo Show foi dispensado, nem realocado para outra atração.
A apresentadora Sophia Abrahão, 27, falou na terça-feira (8) que vai aproveitar os últimos dias de transmissão do Vídeo Show. O programa, que ela apresenta ao lado de Joaquim Lopes, vai ao ar apenas até sexta (11), após ficar 35 anos na grade de programação da Globo.
"Vamos aproveitar esses dias. Até sexta tem programa e está lindo. Ele será feito com todo o amor para vocês, como sempre foi. Sempre dando o nosso melhor", afirmou ela ao Gshow. Abrahão chegou à bancada do programa em 2016. "O Vídeo Show me abriu portas como profissional e vou ser eternamente grata", completou.
No ar desde 1983, o programa passou por diversas reformulações e teve nomes como Miguel Falabella, Marcelo Tas e Cissa Guimarães na apresentação. A saída de Otaviano Costa, em junho do ano passado, no entanto, levou a uma acentuada queda da audiência até a decisão de encerrá-lo.
O Vídeo Show acabou sendo o programa da Globo que mais acumulou derrotas para a Record em 2018. Segundo a coluna Telepadi, na comparação dos 29 primeiros dias sem Otaviano e os 29 dias com a participação dele, ele perdeu 27 vezes para o quadro A Hora da Venenosa, durante o Balanço Geral.
Veja outras manifestações de antigos apresentadores:
André Marques:
"Uma das maiores mudanças da minha carreira. Fazia "Malhação", então entrei para o Vídeo Show no final de 1999, fazendo matéria. Cobri as férias do Miguel Falabella com a Cissa Guimarães e depois apresentei por 14 anos. Tenho um carinho muito grande pelo programa e sempre fui um fã! Quando entrei fiquei muito emocionado. Na minha despedida chorei horrores. São caminhos da vida. Ele representou muito bem, mostrou bastidores da magia que a gente cria e inventa e levou alegrias para muitas casas no mundo inteiro", disse ao Gshow.
Miguel Falabella:
"Só amor e gratidão por este programa que ficou no ar por mais de 30 anos. Fui muito feliz ali, agradeço ao Boni a oportunidade de ter me deixado capitanear o show por quinze anos, depois, voltei para os encerramentos, homenageei meus amigos em Memória Nacional e agora sopro a vela, junto com toda a equipe, com o coração tranquilo. Foi um prazer e uma honra ter vivido o que vivi nesse programa. Não sei de audiências, de mudanças, disso ou daquilo. Sei das relações que ali eu criei, da família que fomos um dia, numa casa atrás de tudo, no Teatro Fênix. Mas não choro seu fim. Há uma única constância no universo: a mudança. Vamos em frente! Obrigado, sempre!", disse em redes sociais.
Renata Ceribelli:
"Eu entrei quando ele passou a ser um programa diário e focado em jornalismo de entretenimento, algo novo no Brasil na época. A Cissa fazia entrevistas no Rio e eu em SP. Foi um marco da TV. O telespectador passou a ver como se faz o making of das novelas e também a desmistificação dos artistas. Pela primeira vez eles apareciam na TV como pessoas normais e não como estrelas ou celebridades.
Na minha carreira foi o momento em que eu pude deixar a postura mais formal dos repórteres de TV daquela época e ser mais espontânea em frente as câmeras. Eu vinha de telejornais de afiliadas da Globo no interior de SP. E me lembro bem de ser criticada por alguns colegas por rir junto com os entrevistados, ser informal demais, uma postura que não era comum para repórteres de TV. A espontaneidade hoje é considerada virtude, mas na época não! Jornalistas tinham que ser formais!
Posso dizer que o Vídeo Show foi transformador na minha carreira, no meu jeito de me comunicar com o público. Por tudo isso o Vídeo Show mora no meu coração e tenho o maior orgulho de ter feito parte da sua história, que é também parte da história da TV no Brasil" , disse ao Gshow.