Fafá de Belém reflete sobre perda do irmão e acidente que a deixou em cadeira de rodas
12/08/2024 13h15Fonte gshow
Fafá de Belém sente gosto de renascimento nos 68 anos completados na última sexta-feira (9). Depois de lesionar o joelho às vésperas do aniversário em um acidente doméstico no fim de junho - o que a deixou de cadeira de rodas -, ela brinca sobre o conceito de inferno astral, mas acha que experimentou mesmo um fenômeno desconectado da astrologia.“Acho que não estou no inferno astral, estou no Inferno de Dante, onde o astral se encontrou”, diz ela em conversa com o gshow , dando sua famosa risada.
Imagem: Reprodução/InstagramFafá de Belém em comemoração de aniversário de 68 anos.
Fafá, que costuma dividir a comemoração do aniversário entre um almoço intimista apenas para a família e uma festa para muitos amigos, desta vez ficou apenas com a primeira parte.
“Minha mobilidade é muito limitada, para tudo eu estou dependendo de alguém, e isso irrita muito. Meu mal humor ontem atingiu um nível alerta vermelho”, confessa.
Para celebrar o "renascimento" com a nova idade, Fafá também lançou uma regravação especial da canção “Amores”, composta por Milton Nascimento e Fernando Brant e originalmente lançada no seu álbum “Grandes Amores”, de 1987.
A canção foi garimpada no acervo de Fafá por Zé Pedro, seu parceiro musical, e a pressa em lançar em seu aniversário veio justamente da percepção de que havia algo em especial com a chegada dos 68.
"Eu falei: Zé, vou lançar no meu aniversário. Esse aniversário tá me cheirando a renascimento. Olha que loucura: eu estava com meus pés tranquilos, meu joelho ok. E ele falou: Credo, velha. E eu falei: Não sei porquê, está me cheirando a renascimento", relembra.
Além de enfrentar questões com a mobilidade por conta do joelho, no período antes do seu aniversário, Fafá ainda precisou lidar com o luto da perda do irmão Kim Palha, que morreu em julho.
"Depois do quebrar o joelho, perdi meu irmão mais velho, que era o meu grande parceiro de vida, um fotógrafo fabuloso, um jornalista interessante, meu grande parceiro. Então foi muito complicado. Não pude ir a Belém porque naquela ocasião ainda não podia entrar em avião. Mas, mais uma vez os amigos cuidaram de tudo, de tudo que você pode imaginar. Amigo na vida é o sal, né? É o sal da vida", diz Fafá.
Internação em spa médico
A segunda parte da festa de aniversário de Fafá, com muitos amigos, está marcada para o dia 25 de agosto, quando ela volta de um tratamento de recuperação intensivo. Ao gshow, ela conta que iniciou nesta semana uma internação de 15 dias em uma espécie de spa médico, no Rio Grande do Sul.
“Vou ter que reaprender a andar, e acho que a coisa mais complexa é essa, por causa do medo, né? Já quebrei várias vezes o pé, quebrei cinco vezes. Mas o joelho é pânico”, explica.
Ainda sobre os últimos meses, Fafá também reflete sobre a desaceleração que foi praticamente obrigada a fazer por conta do acidente, e conta que isso a fez olhar com mais cautela para a própria saúde, em um movimento de reaprender sua “forma de estar na vida”.
"Sempre trabalhei por conta própria e descobri, entrando na pandemia e saindo dela, que a urgência era muito mais do outro. Como eu entrego, acabei me sobrecarregando desde sempre, desde que eu saí de casa, aos 18 anos. Nunca parei para fazer coisas minhas, para ter tempo de férias, para me dedicar”, pontua.
“Agora, por exemplo, mesmo com a perna quebrada, passei uma semana em Londres com a minha neta, e não aceitei nenhum outro compromisso. Isso, para mim, é muito raro. Estou tendo que reaprender a minha forma de estar na vida. Então é difícil, é divertido, é irritante, mas com certeza sairei melhor dessa”, manifesta Fafá.
Cheia de projetos, e agora decidida a cuidar da saúde, Fafá também aponta para onde quer chegar no futuro. E quer ir longe.
"Sempre que tive alguma coisa, sempre peguei a metade. Sou aquela que toma metade da dose do antibiótico e se dá por curada porque começa a tomar andiroba e não sei o quê. Mas vou fazer 68 anos, e aí a gente tem que parar e pensar o que se quer na vida. Quero chegar bem aos 100, dando muita ordem e falando muito seriamente", diz.
Shows em cadeira de rodas
Mesmo durante sua recuperação após lesão no joelho, Fafá de Belém manteve alguns shows de sua agenda. Ela conta que a experiência de fazer shows em cadeiras de rodas a fez olhar com mais atenção para questões de acessibilidade, por exemplo, mas também foram momentos de superação.
O primeiro show aconteceu na metade de julho, no Festival de Música Brasileira, realizado na Figueira da Foz, cidade portuguesa do distrito de Coimbra. A apresentação acabou com “crise de choro” .
“Minha alma estava assim: Vai dar certo, claro que vai dar certo. Mas era uma interrogação. E quando o show terminou, a gente cantando Toda Forma de Amor eu pulando na cadeira de rodas, chorei muito, muito... Porque ali foi no meio do problema, então havia dor, muita dor”, relembra.
Fafá também fez mais dois shows no Brasil. Um deles em Amparo, no interior de São Paulo, e outro em Itapecirica, Minas Gerais.
De olho da Amazônia
Fafá carrega a capital paraense no nome, e leva isso a sério. Ela conta que tem intensificado os estudos sobre a Amazônia recentemente, uma preparação para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que em 2025 será realizada em Belém.
O evento internacional, no entanto, não é o único interesse de Fafá. Ela também fala do anseio em ver mais pessoas da Amazônia falando do seu território, e quer poder ser uma dessas, com responsabilidade.
"Acho que a idade nos traz uma calma e um olhar mais sereno sobre as urgências que não são urgentes. Hoje, a minha urgência é saber falar mais da Amazônia. Hoje, a minha urgência é cada vez mais trazer pessoas que não teriam um espaço, mas que a gente pode abrir esse espaço. São músicos, cantores, compositores. Adoro gente, adoro trepar numa cadeira e olhar para ver o que tem o outro lado do muro", pontua, curiosa pelo futuro.
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