Fernanda Montenegro recebe homenagens e fala sobre os mais de 70 anos de carreira

11/10/2019 14h26

Fonte Gshow

Prestes a completar 90 anos, Fernanda Montenegro conversou com Fátima Bernardes no Encontro. A atriz, que será homenageada pelo Globo Repórter desta sexta-feira, 11/10, falou sobre a chegada da nova idade; sua autobiografia “Prólogo, Ato, Epílogo”, escrita junto com a jornalista e escritora Martha Góes, e também comentou a repercussão por foto vestida de bruxa para capa de uma revista especializada em literatura.

"Como é que a gente chega, não sei", brincou Fernanda sobre os 90.

Mais de 70 anos de uma carreira brilhante

"Quando você tem uma vocação, aí tudo fica mais fácil. A metade da vida já está resolvida, mesmo que nessa vocação você tenha dificuldades, às vezes, intransponíveis... Porque, a outra metade, dá muito trabalho. Aí fica o imponderável, o que vai ser, o que vou encontrar."

Sobre ser atriz

"Numa profissão como a nossa, que não é prioritária - dizem que não é. Mas é prioritária sim, senão a gente não existiria desde o início desta humanidade. Não é um médico, um faxineiro, um advogado, uma professora, mas então por que existimos? Porque há uma necessidade da gente se encontrar e se trocar. A arte da representação, acho que permite isso."

“Prólogo, Ato, Epílogo”

"Esse livro não tem nenhuma ambição literária. Pretendi fazer um diário de bordo falando da minha vida. O teatro, o meu mundo de atriz é tão dentro da minha vida que, quando vou falar de mim, estou em um espetáculo."

Muitas Fernandas em uma

"Acho que sou esquizofrênica porque há uma entidade que se criou na minha vida que é para fora. Mas tem uma hora que fecho a porta da minha casa e sou outra pessoa, no sentido de que: Como é que me desdobrei?. Além do mais, também faço uma profissão de se desdobrar. Então alguém tem que estar lá quieto sendo ele mesmo no fundo do quintal. Acho que essa pessoa é dividida: uma se entrega a N possibilidades e a outra fica no fundo do quintal."
Polêmica por foto vestida de bruxa

"É um ato simbólico de que não vamos queimar livros."

"Não houve uma preparação política, ideológica... É o acaso. Aí houve essa retaguarda e, na medida em que tomou essa presença de contestação, eu assumo. Fiz o acaso, que beleza! Não se fez tão a propósito, mas, já que aconteceu a conjuminação dos astros, assino embaixo. Não se pode proibir livros".

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