Flávia Alessandra: "Tenho orgulho de tudo que construà com o meu trabalho e da famÃlia que formei"
24/04/2020 10h42Fonte Revista quem
São quatro horas da tarde da quarta-feira quando Flávia Alessandra me atende do outro lado da linha telefônica. A atriz, de 45 anos, tem seguido quarentena em sua casa no Rio de Janeiro desde que gravou as últimas cenas de Helena, sua personagem na novela das sete, Salva-se Quem Puder, que teve sua paralisação anunciada por causa das medidas de contenção do novo coronavírus, em março.“Fomos pegos de surpresa com a notícia de que novela sairia do ar. Me lembro que era um fim de semana quando o Daniel Ortiz (autor da trama), me ligou para falar que eu precisa gravar cenas surpresas porque iríamos ter que parar a novela. Fiquei um tempo em silêncio e ele falou: ‘Sou eu, Flávia, o Ortiz. Está me ouvindo?’. Eu estava muda e tentando assimilar tudo aquilo. Uma novela da TV Globo sair do ar era algo inimaginável. Foi quando entendi o tamanho do inimigo que estávamos enfrentando”, relembra.
A intensa rotina de gravações deu lugar ao trabalho infindável de tarefas domésticas, que ela assumiu com a ajuda do marido, Otaviano Costa, de 46 anos, e das filhas, Giulia Costa, de 20, e Olívia, de 9, quando liberou seus funcionários para ficarem em suas casas em quarentena. Além disso, Flávia também assumiu a função de ajudar a caçula com os estudos à distância.
“No momento, estamos focados nos afazeres da casa, que são obrigatórios e essenciais. Cada um é responsável pelo seu quarto e ajuda nos outros cômodos quando pode. É um espírito de solidariedade. Ainda estava ajudando a Olívia nos estudos à distância. Era tanta coisa que às vezes eu ficava em função dela e não conseguia fazer mais nada além disso. Quando me dava conta, eram onze horas da noite, o dia já dia acabado e eu nem tinha tido um tempo só para mim. Ainda bem que ela começou a estudar com o auxílio online de uma professora. Por mais que eu goste de brincar de professora, não é uma função fácil”, conta ela.
Encontrar um tempo a dois com o marido nesta convivência extrema em família é algo mais complicado. Flávia e Otaviano têm dividido a cama com a caçula, que estava se acostumando a dormir sozinha, mas acabou se assustando com a pandemia.
“A Olívia estava começando a fase de passar a noite sem babá quando veio o coronavírus e ela passou duas semanas com questionamentos sobre o que iria acontecer, pesadelos e choros. Como dormimos no andar de cima e as meninas no inferior, ela pedia para ficar no nosso quarto. Achamos menos traumático para ela e começamos a dormir os três juntos. Criamos um mini mundinho para ela. Quando ela foge para o quarto da Jujuba (Giulia), temos esse tempinho a dois para assistir às nossas séries, tomar um vinho e namorar. Mas estamos encarando isso sem cobranças e sem culpa. Afinal, estamos vivendo um momento totalmente fora da caixinha mesmo.”
Natural de Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro, Flávia se acostumou à rotina fora de casa ainda criança. Aos sete, ela começou a fazer figuração e comerciais e, com o passar dos anos, foi compreendendo os desafios que teria pela frente para se destacar na profissão, entre eles, o de provar que era mais do que um rostinho bonito. A atriz, que estreou nas novelas em Top Model (1989), destaca a importância de Alma Gêmea (2005) para a sua carreira