Henry Cavill sobre feminismo em Enola Holmes: Mudança histórica

24/09/2020 18h29


Fonte veja.com

Imagem: DivulgaçãoHenry Cavill sobre feminismo em Enola Holmes: Mudança histórica(Imagem:Divulgação)
Ainda bastante lembrado por sua interpretação como Superman, o ator inglês Henry Cavill tem buscado nos últimos anos se distanciar do famoso super-herói, interpretando papéis que em nada lembram o Homem de Aço. Recentemente, ele deu vida ao agente secreto August Walker, em Missão Impossível: Efeito Fallout e, na série The Witcher, ao bruxo Geralt de Rivia. Agora, Cavill assume o figurino de um dos personagens mais populares da literatura britânica, o detetive Sherlock Holmes, no filme Enola Holmes, que estreou nesta quarta-feira, 23, na Netflix.

Ao contrário de boa parte das adaptações, que colocam o detetive criado pelo autor Sir Arthur Conan Doyle no centro da trama, o filme faz dele coadjuvante da trama da irmã mais nova, Enola (interpretada por Millie Bobby Brown). Abandonada pela mãe aos 16 anos de um modo misterioso, a jovem precisa primeiro lidar com os irmãos distantes, Sherlock e Mycroft (Sam Claflin), e depois descobrir o paradeiro da matriarca. Em entrevista a VEJA, o ator fala sobre o filme, a carreira e sua paixão por artes marciais.

Qual sua relação com a obra de Sir Arthur Conan Doyle? Na verdade, eu não era muito familiarizado com a literatura de Arthur Conan Doyle. Obviamente que conheço as histórias de Sherlock Holmes que já foram apresentadas na TV e no cinema, mais recentemente com Benedict Cumberbatch e Robert Downey Jr. Mas, essa foi a minha primeira experiência no que diz respeito à leitura do personagem, com o roteiro de Jack Thorne, que eu gostei muito. E isso foi, primeiramente, o que me atraiu neste projeto. A segunda e a terceira razão, não nesta ordem, foram Millie Bobby Brown e o diretor Harry Bradbury. Três pessoas extraordinariamente talentosas. Então, eu agarrei a oportunidade assim que li o roteiro.

Então, algum ator na TV ou no cinema te inspirou na hora de compor o seu Sherlock Holmes? Diversos atores já interpretaram muito bem este papel. Mas, para mim, o interessante mesmo foi trabalhar com Harry Bradbury e Millie diretamente, porque eu sabia que eles iriam fazer jus a história de Enola Holmes. E o foco é a história de Enola. Eu sou só um personagem coadjuvante. Eu ajudo a Enola. Mas, eu curti e me diverti bastante.

Sherlock Holmes ganhou uma versão feminina na série Miss Sherlock, na HBO. Agora, o personagem ganhou uma irmã, talvez mais inteligente e perspicaz do que ele. Como vê a representação feminina ganhando força entre históricos personagens masculinos? Acho interessante ver a Millie Bobby Brown, que é extraordinária, liderar esse filme que apresenta uma mudança histórica na perspectiva sobre a família Holmes. Este filme representa uma nova geração. Para mim, é apenas um privilégio fazer parte dessa história. A mensagem que ela passa por todo o filme é incrivelmente importante. Não apenas para a indústria cinematográfica, como também para toda a sociedade.

O Sherlock que aparece em Enola Holmes foi criticado por ser “sentimental demais” e “racional de menos”. Você concorda com essa crítica? Bem, em toda a história tradicional de Sherlock falta um grande elemento que temos nesta nova história, que é a própria Enola Holmes. E Sherlock, de fato, continua um detetive incrivelmente genial e distante da sociedade e das outras pessoas. Mas é Enola quem traz à tona esse lado incrivelmente emocional dele. É apenas ela. Ele não trata ninguém da mesma forma que trata Enola. Essa é uma conexão que ele tem com ela. Essa é a diferença. Ele continua a mesma pessoa que tradicionalmente conhecemos, porém, em uma versão um pouco mais leve, certamente um pouco menos agressivo.


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