Ingrid Silva fala sobre volta aos palcos após expor caso de racismo nos EUA

20/01/2023 10h08


Fonte Revista Marie Claire

Na manhã desta sexta (20), Ingrid Silva usou as redes para anunciar uma novidade aos seguidores: a bailarina dançará no Opening Night, em Philadelphia. Na legenda, a artista falou sobre a alegria de subir no palco e sobre contrariar as estatísticas.

"O show tem que Continuar. Como diz nosso querido Arlindo Cruz! Hoje é Opening Night aqui em Philadelphia e eu tô muito feliz de subir no palco e contrariar as estatísticas, e surpreender os que não acreditam, para além inspirar os que sonha como eu. Estarei dançando no Annemberg Center for the Performing arts",
escreveu ela.
Imagem: Reprodução / InstagramIngrid Silva fala sobre volta aos palcos após expor caso de racismo nos EUA.(Imagem:Reprodução / Instagram)Ingrid Silva fala sobre volta aos palcos após expor caso de racismo nos EUA.

O post foi feito dias após Ingrid relatar um caso de racismo que sofreu nas ruas dos Estados Unidos. A bailarina contou que estava conversando em português com a filha, Laura, quando foi abordada por um cidadão, que perguntou o motivo de ela estar em Philadelphia. Ao responder que estava no local a trabalho, ele alegou que ela seria faxineira.

"Olha como o racismo estrututal é louco. É tudo estruturado para que as pessoas pretas sejam impedidas de crescer e, quando crescem, não são vistas dessa forma",
falou ela em um vídeo sobre o caso, que também foi contado em seu Twitter. Nos stories do Instagram, na noite da última quinta (19) Ingrid fez um longo desabafo e agradeceu as mensagens de carinho enviadas pelos fãs.

"Essas agressões e falas são diárias com muitos de nós. Só quem vive sabe. Mas eu sempre preso por um mundo melhor aonde eu não vou normalizar isso. Eu quero que a Laura e outras crianças sejam respeitadas, isso é essencial. E para quem anda interpretando mal: convido vocês a assistir o vídeo de novo (...). Vendo alguns posts da rede pelo título, está dando a entender que ser faxineira é uma posição inferior e que ser bailarina é superior",
começou ela.

"Eu nunca falei isso. Além de ter que lidar com a dor do problema, as pessoas ainda me culpam. Se eu fosse branca, ele teria me dito isso? Minha mãe foi faxineira por anos, eu fui criada vendo o suor do trabalho dela, e sou muito grata pelo trabalho digno que ela teve. Ser faxineira ou empregada não é uma profissão menor ou menos digna, mas é na maioria das vezes estereotipada em corpos negros. Quantas vezes você, branco, foi confundido com atendente, segurança, empregado, faxineiro? Quantas?", continuou.

Ingrid confessou ainda estar triste com toda a situação, mas que será uma "agente da mudança". "Quero um futuro melhor e digno para pessoas pretas", finalizou ela.

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Tópicos: trabalho, ingrid, bailarina