Isis Valverde posa pela primeira vez com o filho, Rael, de 5 meses
05/05/2019 12h01Fonte O Globo
Imagem: Karine BasilioRael e Isis Foto
Silêncio, Rael está dormindo. Isis Valverde fala baixinho, fica nervosa quando alguém derruba um talher no chão e quase entra em pânico ao ver abelhas rondando a porta do quarto de hotel onde se arruma para as fotos desta reportagem. Aos 5 meses, o bebê já acompanhou a mãe em alguns trabalhos, mas é a sua primeira vez em um ensaio fotográfico. Quando Rael enfim acorda da soneca no carrinho, a mãe de primeira viagem se apressa em avisar: “Ele precisa mamar, senão vai reclamar”, diz a atriz, que topa numa boa ser fotografada enquanto alimenta o filho. “Amamento em pé, sentada, deitada, de tudo quanto é jeito”.
Aos 32 anos, a atriz de Aiuruoca (cidade de seis mil habitantes no interior de Minas Gerais) se tornou uma mãe dedicada e coruja. “Rael é a minha cara com o corpinho do pai”, diz ela, que é casada com o modelo André Resende. Um mês após o nascimento do primeiro filho, Isis perdeu os 13 quilos que ganhou na gravidez e mais um. “Noites sem dormir me fazem emagrecer com muita facilidade”, justifica, como tentasse se defender da enxurrada de críticas que recebeu quando apareceu plena nas redes sociais. A seguir, Isis fala sobre a sua maternidade particular.
Nasce um neném (e uma mãe): “Do momento em que a minha bolsa estourou ao nascimento do Rael, foram nove horas. Preparei-me muito para o parto. E, mesmo assim, não foi fácil. Foi uma coisa muito de bicho: é preciso não brigar com a dor. A ficha só caiu no dia seguinte, quando cheguei em casa. Minha mãe tirou a roupinha dele, ele começou a chorar de frio e eu comecei a chorar de medo. E se você não tiver condições psicológicas de dar o banho na criança? E se você estiver se sentindo insegura? Tinha medo de ele se afogar na banheira, virar, cair, sei lá. Só consegui dar o primeiro banho no Rael depois que o umbigo dele caiu”.
Fragilidade no puerpério: “A mãe recém-nascida é frágil, insegura, precisa de carinho, de um abraço. Muitas vezes, a depressão pós-parto começa no momento em que só olham para o bebê e a mulher é esquecida em um canto. Nós passamos por essa situação e por esse sentimento. Me senti a mulher mais solitária do mundo no puerpério. Mas tive uma corrente de apoio formada pela minha mãe, pelo meu pai e pelo meu marido”.
Melancolia: “É normal ter baby blues, é hormonal. De repente, cadê aquela serotonina toda? O meu blues ( melancolia, tristeza, apatia ) veio quando o Rael fez dois meses e a minha mãe voltou para Minas. Chorei muito. Ela que dava banho, que fazia ele parar de chorar quando eu entrava em crise histérica. Por cerca de um mês, eu fiquei mais quietinha, mais murcha. Achava que isso não era normal, mas descobri que passar por esses momentos não só é normal, como importante. É nessas horas que você se despe da sua alma antiga e deixa uma nova entrar. E esse processo dói”.
Cobrança social: “Quando o Rael tinha 20 dias, me arrumei toda para ir tomar um açaí com o meu marido na esquina de casa, tirei uma foto no espelho e postei no Instagram. Nesse momento, diante dos comentários que recebi, comecei a perceber que sociedade impõe uma maternidade de anulação. Se você se arruma e consegue voltar rápido ao corpo pré-gestação por propensão genética, vão dizer que não é uma boa mãe. Isso é muito sério. Imagina uma mulher com depressão pós-parto ouvir esse tipo de comentário? Imagina se essa mulher não tem uma rede de apoio? Ela pode até pensar em se matar. Falta empatia, falta respeito”.
Melancolia: “É normal ter baby blues, é hormonal. De repente, cadê aquela serotonina toda? O meu blues ( melancolia, tristeza, apatia ) veio quando o Rael fez dois meses e a minha mãe voltou para Minas. Chorei muito. Ela que dava banho, que fazia ele parar de chorar quando eu entrava em crise histérica. Por cerca de um mês, eu fiquei mais quietinha, mais murcha. Achava que isso não era normal, mas descobri que passar por esses momentos não só é normal, como importante. É nessas horas que você se despe da sua alma antiga e deixa uma nova entrar. E esse processo dói”.
Cobrança social: “Quando o Rael tinha 20 dias, me arrumei toda para ir tomar um açaí com o meu marido na esquina de casa, tirei uma foto no espelho e postei no Instagram. Nesse momento, diante dos comentários que recebi, comecei a perceber que sociedade impõe uma maternidade de anulação. Se você se arruma e consegue voltar rápido ao corpo pré-gestação por propensão genética, vão dizer que não é uma boa mãe. Isso é muito sério. Imagina uma mulher com depressão pós-parto ouvir esse tipo de comentário? Imagina se essa mulher não tem uma rede de apoio? Ela pode até pensar em se matar. Falta empatia, falta respeito”.
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