Jornalista fala da batalha contra o câncer e deixa de usar peruca na TV
13/06/2018 14h54Fonte QUEM
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Heloisa Villela travou uma batalha pública contra um tipo agressivo de câncer de mama. A correspondente internacional - que está há 30 anos nos Estados Unidos, 15 deles pela Globo e atualmente em Nova York pela Record - contou todos os detalhes da doença, desde o impacto da descoberta até a cura, em entrevista ao Notícidas da TV, na última terça-feira (12).
Diagnosticada em agosto de 2017, a jornalista continuou trabalhando e dispensou a peruca ao aparecer na televisão.
"Foi horrível (a descoberta do câncer). Imediatamente o susto é grande. Por sorte, na semana em que eu descobri, meu filho não estava em casa, estava viajando com o pai, em uma colônia de férias. Não tinha ninguém em casa. Então eu chorei a semana inteira. Eu chorava e parava, parava e chorava. Você começa a pensar em tudo o que você vai passar e não sabe se vai ter uma solução, se vai morrer por causa da doença. A primeira semana é a pior possível, a pior de todas, sem dúvidas. Pior do que qualquer quimioterapia que eu fiz. Muito pior. É a semana do impacto da notícia. E aí, quando ela foi se aproximando do fim, eu só queria saber de marcar exames e fazer coisas. Para mim, o único conforto era agir, para pelo menos saber que estava lutando", desabafou.
Heloisa deu detalhes do seu tratamento. "A primeira coisa que eu fiz foi a químio. Eram quatro produtos químicos que eu tomava a cada sessão. Elas duravam cinco, seis horas. Dois (remédios) têm os efeitos que a gente conhece, de enjoo, diarreia, queda do cabelo, porque atacam todas as partes do corpo onde há uma multiplicação muito intensa de células. E os outros dois eram específicos. Atacavam diretamente as células que têm aquele encaixe. É um tratamento com alvo certo. Esses dois (últimos) eu continuo tomando, e vou continuar até janeiro do ano que vem, porque é uma medida preventiva. Se alguma célula dessas escapou e está passeando por aí, ela será, se Deus quiser, encontrada e eliminada", torce.
A decisão de continuar ar foi tomada em conjunto entre ela, a médica e a emissora. "Eu não parei de trabalhar. Faltei muitos dias, né? Mas eu não parei de trabalhar, não. A minha médica sugeriu que eu continuasse trabalhando o quanto pudesse, para ajudar a cabeça, para não ficar vivendo só aquela coisa do câncer, do tratamento. A Record foi maravilhosa comigo, me deu carta branca para eu fazer o que eu quisesse, na hora em que eu quisesse. Então, nos dias em que eu estava mal da quimioterapia eu não trabalhava, e depois, quando eu começava a melhorar, eu voltava a trabalhar aos pouquinhos, e fazia o quanto podia", confessa.
A atitude de revelar o câncer em rede nacional e abrir mão de usar uma peruca para aparecer na TV foi bem pensada. "Eu pensei um bocado. Eu primeiro acho que é muito importante as pessoas saberem dessa pesquisa toda. Eu já tinha decidido que eu não iria mais pintar o cabelo, e que assim que possível eu deixaria de usar peruca, se a Record concordasse. Conversei com a direção da emissora, e eles me falaram que eu estava muito bem assim, e que eu podia mostrar na hora em que eu quisesse", afirmou.
Curada
"Em princípio, eu estou (curada). Porque não tenho nenhuma mancha suspeita, nenhuma massa estranha que possa ser câncer, os exames todos que eu fiz indicam que no momento eu estou livre da doença. Mas ainda é uma fase muito recente do tratamento para afirmar isso. Estou sendo acompanhada mais intensamente, a cada seis meses vou fazer uma série de exames, porque eu faço parte dessa pesquisa."