Julio Machado atua em terror com masculinidade tóxica
01/05/2019 11h59Fonte G1
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Julio Machado tem medo de filme terror, mas mais ainda da sociedade atual. Agora, o ator enfrenta estes dois monstros para estrelar seu primeiro longa do gênero: o brasileiro "A sombra do pai", dirigido por Gabriela Amaral.
Machado vive Jorge, pedreiro viúvo e pai da pequena Dalva (Nina Medeiros). A menina acredita ter poderes sobrenaturais e tenta trazer a mãe de volta à vida quando o pai - bruto e desumanizado - se torna cada vez mais ausente - e perigoso.
O filme levou três prêmios no Festival de Brasília em 2018 e foi selecionado para o Festival de Cinema de Tóquio no mesmo ano. Ele chega aos cinemas nesta quinta-feira (2).
A diretora descreve o personagem de Machado como lixo tóxico da sociedade. E foi justamente a decadência que o atraiu. "Ele representa a falência do masculino. Trabalha três turnos por dia e é tomado por essa masculinidade tóxica. O Jorge está em todos nós", conta.
"Fui criado por uma família amorosa, mas herdei, como qualquer homem, um comportamento social duro. Acho que o homem também é vítima do machismo, de forma muito menos brutal é claro. Quanto mais o homem negar isso, mais ele vai causar sofrimento aos outros e a ele mesmo”.
Machado também está no ar em "Malhação", como o major da polícia Marco Rodrigo. Assim como Jorge, seu personagem da trama adolescente também é viúvo e pai. Mas ao contrário daquele, é cheio de ternura.
Boa safra de terror no Brasil
Para o ator, "A sombra do pai" não se trata de um terror tradicional. "É cheio de sutilezas, porque fica evidente que estamos retratando o Brasil, a questão de classes, o sistema de trabalho que rouba a humanidade das pessoas, criando monstros", explica.
Alguns críticos de cinema classificam filmes do estilo descrito por Machado como "pós-terror", em alta no cinema americano.
O horror passa por um bom momento, com títulos entre as maiores bilheterias mundiais e críticas positivas aos seus lançamentos. Para o ator, o Brasil começa a viver isso também e pode se consolidar como um produtor importante do gênero.
"Tem uma galera nova muito interessada, já produzindo obras importantes. A gente não fica sabendo, muitas vezes, porque o cinema brasileiro fica em segundo plano, mas muitas obras são reconhecidas fora do país", conta.
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