Mariana Santos conta reação após viralizar na web, fala de maternidade e casamento

25/06/2022 09h37

Fonte Gshow

Mariana Santos viralizou nas redes sem nem saber direito o que era isso. De forma inesperada, após cantar no Conversa com Bial a música de sua peça "Só de Amor", o verso "Rivotril, Frontal" caiu nas graças de internautas anônimos e famosos. Ela, que se considera quase uma "analfabyte", ficou impactada com tamanha repercussão.

"Foi um susto, não esperava mesmo! Até a Anitta, gente! Essa música conta a história de uma mulher que sofre altos e baixos enfrentando suas crises de pânico e ansiedade de uma forma lúdica. Não esperava que fosse dar essa repercussão toda! Foram milhares de dublagens. Achei divertido!", empolga-se Mariana.

E não foi só sobre o viral na web que ela conversou com a gente. Mariana recebeu a reportagem do Gshow em um dos camarins de Cara e Coragem e bateu um papo sincero, sem tabus, sobre diversos assuntos, como maternidade, tema de sua personagem Rebeca na novela das 7, que, após sofrer depressão pós-parto e abandonar o filho, volta ao Brasil para lutar pela guarda da criança.

Nascida no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, Mariana se formou no magistério e deu aulas como professora primária. Sem deixar a arte de lado, cursou pedagogia ao mesmo tempo em que estudava na escola de teatro Martins Pena. Diz que ama cuidar, mas que ainda não bateu o desejo de ser mãe.

"Tem quer ter muita vocação, muita vontade. Eu sou maternal, gosto de cuidar, sou preocupada com as pessoas. Tenho esse lado muito forte, mas a questão de ser mãe nunca veio: Vou parar para ter um filho."

"As coisas foram acontecendo, e isso não aconteceu. Nunca tentei, e pensei por um momento: Acho que vou adotar se tiver um chamado forte, mas essa coisa de engravidar eu não vou realizar."

"E está tudo bem também, porque já pensei: Será que vou ser menos mulher, que não vou experimentar o maior amor do mundo se eu não tiver um filho?. Tem outras formas de maternar. Nunca foi uma questão para mim ter que ser mãe até os 35/40 anos. Então se não é para ser, não vou forçar a barra. Mas o maternar está aqui dentro."

Casada e feliz

Discreta na vida pessoal, Mariana não é muito de badalações. É casada desde 2016 com o produtor teatral Rodrigo Velloni, que mora em São Paulo, enquanto ela grava e passa a semana no Rio de Janeiro. Os dois vivem na ponte aérea, e Mariana garante que isso está longe de ser um problema para o casal.

"Estou casada e feliz. A gente se conheceu numa peça de teatro que ele produzia. Nos apaixonamos e resolvemos nos casar. Me mudei para São Paulo, porque ele tem um filho que mora com a gente, então era mais fácil eu ir para lá. Me adaptei muito à cidade."

"A gente se dá super bem, se entende, é muito companheiro, dá força um para o outro. Acho chique quando dizem: Nos separamos por conflito de agendas. A gente não tem isso. Estamos um tempinho sem nos ver, porque ele está viajando à beça a trabalho, e eu gravando, mas nos falamos direto. A gente se acalma, não tem pressão."

"Não temos casamento aberto, é fechado, opção nossa. E está tudo certo. Encontrei meu par!"

Relação com mulheres no passado

Muito antes de Rodrigo aparecer na vida da artista, ela já se relacionou com mulheres. Sobre isso, Mariana fala abertamente e com naturalidade. Segundo ela, nunca foi uma questão, muito menos segredo:

"Quando eu tive vontade de namorar uma mulher, eu namorei."

"Minha mãe ficou um pouco assustada na época, mas eu falei: Mãe, não vou deixar de ser eu. Levei naturalmente. Foi tranquilo. Nunca foi uma questão para mim ter namorado mulheres que foram pessoas maravilhosas na minha vida."

Saúde mental

Mariana convive desde muito nova com crises de pânico e de ansiedade. Sobre o assunto, ela também não tem reservas e diz que, graças à terapia e, acima de tudo, ao teatro, aprendeu a lidar. Hoje, vive muito bem. Mais do que isso, como figura pública, acha importante desmistificar o tema para ajudar quem sofre do mesmo problema:

"Começou a aparecer na infância e teve uma fase na juventude bem forte. O teatro me salvou, porque eu tinha que sair de casa para fazer os cursos. Pisar no palco era tão prazeroso, que todo o transtorno do trajeto, que era horrível, me fazia sair de casa."

"Se você somatiza a crise, acabou. Você vai ter que passar por ela. Tem um tempo, vai sentir tudo aquilo sabendo que é irreal, porque o pânico é um medo irreal. Uma coisa que não existe, esse é o medo que paralisa. Eu sofri muito, né?"

"E olha que coisa louca... O palco, que é uma exposição absurda, me gera uma ansiedade boa. Não consigo explicar isso."

"Hoje, estou ótima, mas acho que é uma coisa que sempre vai acompanhar. Transtorno de ansiedade é um negócio que você tem que estar sempre atento. A gente vai entendendo o nosso corpo, a nossa cabeça, fazendo terapia, sabendo lidar com os gatilhos..."

"Porque quem tem isso, sair de casa já é um enfrentamento. É um ato de coragem, porque o ansioso negativa tudo. Então já cria um cenário horrível, que, na verdade, nunca acontece."

"É um sofrimento e um cansaço, sabe? Por isso, eu sou mais introspectiva na minha vida, eu acho. Eu me guardo bem, fico recolhendo energia. Sou muito falante, muito alegre e não tenho timidez, mas quando eu estou conversando, mais à vontade, quando estou num palco ou num programa, vivendo o agora e colocando para fora uma energia boa, sendo de verdade."

"Tem que ter humor."

Aos 45 anos e bem-sucedida, Mariana está bem consigo mesma, com suas conquistas pessoais e profissionais:

"Eu gosto de mim."

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