Pink acrobática, Anitta em dobro e funk orquestrado: o resumo do 6º dia de Rock in Rio
06/10/2019 11h21Fonte G1
Imagem: Alexandre Durão/G1P!nk faz show no Rock in Rio 2019.
O dia mais pop do Rock in Rio foi de estreias e desencontros. O sábado teve a primeira vez de Pink no Brasil, emocionada e acrobática. Já Anitta estreou no festival no Rio e lembrou diante da multidão sua origem no funk.
Mas a brasileira não conseguiu ensaiar no palco, onde os gringos eram prioridade. Também foi questionada por usar alguns vocais pré-gravados, algo comum no pop e no rap.
Outra atração de funk também foi festejada, mas com fator inesperado. A Funk Orquestra ganhou o Sunset com Buchecha, Fernanda Abreu e Ludmilla, mas Kevinho passou mal e cancelou.
Pink não foi a única a fazer pop até dependurada. Will.i.am surgiu de tirolesa no show do Black Eyed Peas no Palco Mundo. O show festivo teve dose extra de Anitta no final.
H.E.R., cujas acrobacias são só musicais mesmo, ficou meio deslocada com repertório menos conhecido e pulante, mas mostrou destreza na voz, na guitarra e belas canções.
O Sunset ainda teve Charlie Puth celebrado até por Anitta e Bruna Marquezine, e novo pop brasileiro de Anavitória, Projota, Vitão e mais.
Os bastidores ferveram com Paolla Oliveira, Juliana Paes, Gabigol, Angélica, Luciano Huck e família. Os anônimos capricharam com looks extravagantes.
Em nota destoante na festa, uma fiscalização achou trabalhadores dormindo embaixo do palco Sunset de manhã. Os funcionários da empresa Entreartes trabalham carregando equipamentos.
Pink
É comum ver a cantora americana de 40 anos pendurada por aí ou cantando com uma intensidade até um pouco aterrorizante. Às vezes, as duas coisas ao mesmo tempo. Após quase 20 anos de carreira, ela trouxe seu circo ao Brasil. O clichê de chamar o Rock in Rio de Pop in Rio fez todo sentido.
Black Eyed Peas
O Black Eyed Peas provou neste Rock in Rio que é um grupo muito esperto. Soube sobreviver à ausência de Fergie em seu show lotado no Palco Mundo, com seus hits dançantes, passeio de tirolesa e a participação de Anitta, que havia se apresentado mais cedo. O momento em que a brasileira subiu ao palco, para dar uma palhinha em "Dont lie", foi sem dúvida o favorito do público.
H.E.R.
A cantora e instrumentista de 22 anos se multiplicou no Palco Mundo. Foi uma pena que a apresentação dela, um dos melhores shows do festival até agora, tenha sido para uma plateia esvaziada e dispersa após o show de Anitta. Com óculos que cobriam metade de seu rosto e insistiam em cair, H.E.R. provou no gogó e na habilidade com instrumentos por que é considerada a maior revelação do R&B hoje.
Anitta
Demorou, mas aconteceu. Anitta estreou Rock in Rio relembrando a origem funkeira - uma estratégia já esperada para sua primeira vez na edição brasileira do festival, após anos de negociações e a participação em Lisboa, em 2018. Foi o primeiro show em que o gênero, nascido nos morros do Rio, apareceu com força no Palco Mundo, o mais importante do evento carioca. Ela levou um MC ao palco e rebolou em cenário inspirado no Furacão 2000.
Charlie Puth
Charlie Puth faz um solinho de teclado junto com uma vocalização que mostra que ele é um músico acima da média no pop atual. Depois, dá um sorriso e faz uma gracinha para o público teen, que se derrete. Foi assim, cheio de solinhos e gritinhos, o primeiro show do cantor de 27 anos no Brasil. Ele encerrou com alto astral a noite no Palco Sunset.
Anavitória e Saulo
Intercalando canções da dupla e do cantor com covers bem escolhidos, o trio fez um show intimista, que ficaria melhor num espaço menor. Mas compensou a pouca força com carisma. No momento mais cativante, os três convidaram Vitor Kley para cantar "Pupila", parceria dele com Anavitória. Good vibe no palco e na plateia.
Projota, Vitão e Giulia Be
Com letras que, de maneira quase invariável, passam mensagens positivas, Projota já subiu ao Palco Sunset com o jogo ganho - durante toda a apresentação, o público cantava suas composições. O hit “Linda”, na original cantada com Anavitória, puxou um coral de vozes femininas e antecedeu a passagem de Vitão, que interpretou “Sei lá”. Em participação rápida mas segura, Giulia Be apresentou uma nova versão de “Cobertor”.
Funk Orquestra com Ludmilla, Fernanda Abreu e Buchecha
Não seria exagero afirmar que, na tarde deste sábado, o Palco Sunset se transformou em uma filial dos clubes de subúrbio do Rio de Janeiro, onde o funk carioca - ou batidão - nasceu e se criou. Homenageando os 30 anos do estilo, a Funk Orquestra, primeiro conjunto sinfônico dedicado ao gênero, subiu ao palco para receber artistas que ajudaram a construir essa história.