Protesto contra censura marca festa de abertura do Festival do Rio
06/10/2017 15h30Fonte G1.com
Imagem: Carlos Brito/G1Clique para ampliar
A proibição da exposição "Queermuseu" no Museu de Arte do Rio (MAR), determinada pelo prefeito Marcelo Crivella, encontrou reação na abertura da 19ª edição do Festival do Rio, realizada na noite de quinta-feira (5) no Odeon, Cinelândia. A atriz Mariana Ximenes, que apresentou a cerimônia, levantou um cartaz com a frase "Censura nunca +".
Pouco antes do início da cerimônia, o cineasta Luiz Carlos Lacerda havia exibido outro cartaz com a mesma frase.
Mariana também lembrou que, em 2017, comemora-se os 50 anos da descriminalização da homossexualidade no Reino Unido.
"Este festival celebra a diversidade e a tolerância", disse a atriz.
O gesto de Mariana foi aplaudido pela plateia e referendado logo em seguida pela diretora do festival, Ilda Santiago, que não mencionou o episódio do "Queermuseu" de forma específica.
"Este tem sido um ano difícil para a cidade, para o estado e para o Brasil. Por isso festivais como este são importantes: para ajudarmos a tornar as coisas melhores por meio da arte. E a arte é o exercício do diferente. Do amor às diferenças. E é isso que vamos fazer ao longo dos 11 dias deste festival. Não por acaso, escolhemos um filme especial, que trata do amor entre diferentes, para a abertura do evento", disse ela, referindo-se à "A forma da água", longa do diretor mexicano Guillermo Del Toro que venceu a última edição do Festival de Veneza – a produção entrará no circuito comercial no dia 11 de janeiro.
"Não recuem porque a cultura é o nosso bem mais precisoso", pediu Ilda às autoridades responsáveis pela cultura na cidade e no estado.
A recessão e os problemas que têm afetado a economia brasileira também atingiram o festival.
"Este foi um ano difícil. Por sorte, temos muitos parceiros que ajudaram a tornar essa edição possível", afirmou Wakiria Barbosa, outra diretora da mostra.
O evento, que vai até o próximo dia 15, traz 250 filmes de 60 países apresentados por 15 mostras paralelas em pelo menos 20 locais de exibição do Rio de Janeiro e Niterói.
Na programação, estão previstas as produções "Baseado em uma história real", de Roman Polanski, "Victoria e Abdul", de Stephen Frears, "A entrevista de Putin", de Oliver Stone, "O artista do desastre", de James Franco, "Rastros", de Agnieszka Holland, "Roda gigante", de Woody Allen, "Pequena grande vida", de Alexander Payne, "Detroit em rebelião", de Kathryn Bigelow, "O diabo e o Padre Amorth", de William Friedkin, "O formidável", de Michel Hazanavicius, "Roubo em família", de Steven Soderbergh, "A guerra dos sexos" e de Jonathan Dayton e Valerie Faris.
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