Silva segue caminho sem volta ao pôr o bloco em disco com playlist da folia baiana
23/11/2019 10h20Fonte G1.com
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Se o Bloco do Silva continua seguindo pelas avenidas principais na rota indicada pela indústria da música, com shows já agendados para o verão de 2020, o disco ao vivo recém-lançado sem aviso prévio pelo artista capixaba em 14 de novembro deixa no ar um questionamento sobre o caminho trilhado pelo cantor e compositor.
Para onde segue Silva? Por um caminho aparentemente já sem volta.
Silva é caso exemplar de artista indie que conseguiu saltar do nicho das bolhas para o círculo do mainstream. E nenhum mal há nisso se há a preservação da identidade artística.
Show com o repertório de Marisa Monte – providencialmente transformado em álbum de estúdio e, um ano depois, em disco ao vivo – pavimentou o caminho que, a rigor, começou a ser traçado por Silva com o terceiro e mais fraco álbum autoral do artista, Júpiter (2015), disco de trivial arquitetura pop lançado no mesmo ano do show em tributo a Marisa.
Passado o frenesi inicial, Silva veio com álbum de bom nível, Brasileiro (2018), que sinalizava retorno consistente para o trilho autoral. Só que no meio do caminho tinha um dueto com Anitta em Fica tudo bem (Lúcio Silva e Lucas Silva, 2018) e a simples presença de Anitta, aliada ao apelo pop da canção, surtiu grande efeito popular e parece ter despertado no cantor o desejo de se manter com um nível de sucesso que cobra o preço.
Foi aí que Silva deu cartada tão decisiva quanto arriscada: pôs o bloco na rua, no verão de 2019, com show calcado em sucessos da fase de ouro da axé music.
A cartada deu certo. O Bloco do Silva começou a ser seguido Brasil afora por um público que estava ali não porque admira o som do artista, mas porque se sentiu atraído pela atmosfera carnavalesca de show cujo roteiro se resume quase a uma infalível playlist da folia baiana.
Essa playlist é reproduzida no álbum Bloco do Silva ao vivo. Não fosse pelas presenças no repertório do encantador axé autoral A cor é rosa (Lúcio Silva e Lucas Silva, 2018) e da mencionada Fica tudo bem, canção de suave tom folk dissipado pelo baticum usado para trazer a música para o universo folião do bloco, o álbum poderia figurar na discografia de Ivete Sangalo ou de Netinho, para citar dois cantores mais vocacionados para cantar essa playlist baiana.
Nem Daniela Mercury, convidada de Silva no registro de Nobre vagabundo (Márcio Mello, 1996) na cadência do samba-reggae, ousou fazer disco de apelo tão fácil. E poderia, pois surgiu e cresceu no universo da música carnavalesca da Bahia.
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