Suzana Alves diz que diagnóstico de TDAH ressignificou sua vida: "Um alívio saber"

05/07/2023 08h48


Fonte Revista Quem

Imagem: Divulgação  Suzana Alves(Imagem: Divulgação ) Suzana Alves

Suzana Alves, de 44 anos, passou a olhar para a vida e para si mesma de outra forma após ser diagnosticada com TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade) há um ano. A atriz, que ficou famosa após interpretar a personagem Tiazinha, conta que por anos lutou contra sintomas da doença, que incluem inquietação e dificuldade em manter a atenção em tarefas e conversas.

"O TDAH é genético e nunca imaginei que pudesse ter. A descoberta ressignificou tudo na minha vida! Está justificando muitas decisões, meu comportamento atípico em alguns momentos, a impulsividade... Enfim, é um alívio saber que nem tudo precisa ser sofrido ou alegre demais! Sempre fui inquieta e nunca me encaixei no padrão. Eu me sentia muito sozinha, e hoje não me sinto mais. O diagnóstico foi um presente para mim. Hoje me sinto revigorada, renovada e com um novo cérebro",
celebra.

O diagnóstico veio após ela entrar para a faculdade de Psicologia. Casada com o ex-tenista Flávio Saretta desde 2010 e mãe de Benjamin, de seis anos, Suzana diz que a doença impactava a sua relação familiar, apesar do amor em seu lar sempre se sobressair.

"Faço terapia há muitos anos e em muitas áreas amadureci, mas outras coisas pareciam impossíveis de serem mudadas ao longo das tentativas. Eu já estava cansada de sentir altos e baixo no meu emocional e de me desgastar muito nas minhas relações interpessoais. Às vezes, me sentia infantil demais em algumas situações. Comecei a faculdade de Psicologia e conversando com uma grande amiga psicóloga, fui alertada a procurar uma neurologista, que me deu o diagnóstico",
conta.
Imagem: DivulgaçãoSuzana Alves(Imagem:Divulgação)Suzana Alves

"Era bem difícil porque meu marido não entendia a minha hiperatividade mental e física e não conseguia me acompanhar. Por outro lado, eu não conseguia lidar com a calmaria dele. Mas nosso amor sempre falou mais alto",
explica.

Por conta do diagnóstico tardio, Suzana estava quase desenvolvendo uma depressão crônica. Ela teve que abrir uma exceção na sua rotina mais naturalista para seguir a orientação médica e tomar a medicação tradicional que agilizasse o efeito do tratamento.

"Sou naturalista e não tomo remédios. Meu remédio é minha alimentação, aquilo que Deus criou na natureza. Por descobrir um TDAH tardio, na fase adulta, já tinha muitas sequelas e precisava correr contra o tempo, pois já estava com uma ansiedade crônica muito significativa. Então, minha neurologista, diante de todos os testes que fiz e de seus resultados, me convenceu. Isso não significa que precisarei usar a medicação para o resto da vida. Acredito na terapia multidisciplinar e no desenvolvimento humano comportamental em qualquer idade",
explica.

Ao revelar que tinha TDAH, em um dos seus relatos nas redes sociais, você disse que quase desenvolveu depressão e que tinha enfrentando "pensamentos estranhos e super negativos". Como se sentia?

Comecei me isolando socialmente e depois fui percebendo uma ansiedade muito grande. Sofria pelo passado, pelo presente e pelo futuro. Foi muito difícil essa fase. Parecia que não ia acabar nunca.

Você chegou a desenvolver a depressão ou conseguiu se tratar antes de chegar a esse ponto?

Sim. Tive vários momentos de depressão até chegar ao diagnóstico. Na verdade, quando você não trata a raiz do problema, a depressão e a ansiedade se tornam crônicas. Até então eu achava que tinha depressão e ansiedade por conta da minha história de vida e tal, mas, na verdade, era porque não sabia que tinha um cérebro atípico.
Imagem: Reprodução / Instagram  Suzana Alves com marido, filho e enteado.(Imagem:Reprodução / Instagram ) Suzana Alves com marido, filho e enteado.

A gente escuta falar de TDAH, mas acho que só quem vive mesmo para saber exatamente como é. O que descobriu sobre esse transtorno que mudou a sua forma de olhar para esse transtorno?

Eu descobri que sou muito mais inteligente do que eu pensava (risos). Descobri também que minha intuição é muito inteligente e que não preciso me sentir insegura porque sou diferente. Que bom que descobri ainda jovem para poder desfrutar ainda mais a vida com segurança emocional e saúde mental.

Você tem compartilhado sua experiência nas igrejas. Como surgiu essa ideia e como acha que a sua história pode impactar a vida dos demais?

Já sou convertida há 19 anos e sempre me convidaram para dar meu testemunho, mas nunca gostei muito de me expor por conta do meu histórico de sucesso e fama. Na pandemia, o Senhor foi me dando mais leveza e autoridade no sentido de ajudar algumas mulheres que estavam passando por depressão e ansiedade. Um chamado não diz respeito só a você; diz respeito ao reino de Deus na terra! É tudo sobre Ele, não sobre nós!

Quantas vezes costuma dar seu testemunho em igrejas e como que as igrejas podem te contatar?

Isso não é um trabalho ou um show gospel. Algumas amigas me convidam para eu contar o que Deus fez na minha vida e também para falar do trabalho que faço com alimentação saudável, atividade física e saúde mental. Sou futura psicóloga, mãe, esposa e eterna aluna e discípula de Jesus. Gosto de viver coerente, em congruência com o que acredito. Sou embaixadora de boas notícias.

O que a Suzana de hoje tem de diferente da Suzana da época da Tiazinha?

Hoje sou uma mulher, na época da tiazinha era uma menina, adolescente!

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Tópicos: vida, suzana, tdah