Um mês depois, Ronaldinho segue preso no Paraguai e sem perspectiva de sair
04/04/2020 09h40Fonte Globo esporte
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Exatamente um mês atrás, no dia 4 de março, acompanhado de seu irmão, Roberto Assis, Ronaldinho Gaúcho desembarcou no aeroporto internacional Silvio Pettirossi em Luque, na grande Assunção. Foi recebido como o popstar que é, duas vezes eleito o melhor jogador do planeta, campeão do mundo, da Liga dos Campeões, da Copa Libertadores. De óculos escuros, boina preta, camiseta branca e o sorriso característico, Ronaldinho cometeu naquele aeroporto um erro pelo qual paga até hoje: seguiu para um sala VIP, onde lhe entregaram um passaporte paraguaio com seu nome, seus dados, sua foto, mas ainda sem sua assinatura – lacuna que ele preencheu ali mesmo, naquela sala VIP, com uma caneta que também lhe chegou as mãos, como se estivesse dando mais um dos incontáveis autógrafos que distribuiu ao longo da carreira.Neste sábado, 4 de abril, Ronaldinho Gaúcho amanheceu pela trigésima vez num cela da Agrupación Especializada, um quartel da Polícia Nacional do Paraguai transformado em cadeia em Assunção. O passaporte adulterado que ele e Assis usaram para entrar no Paraguai – e que custaram R$ 30 mil reais cada um – foram o ponto de partida de uma investigação do Ministério Público e do Ministério de Tributação (o equivalente a Receita Federal do Brasil) que já resultou na prisão de 15 pessoas e começou a desvendar um esquema milionário de evasão de divisas, lavagem de dinheiro e produção de documentos falsos.
O "Caso Ronaldinho", que um mês atrás começou em ritmo vertiginoso, hoje se move com lentidão. Na noite daquele mesmo 4 de março, Ronaldinho e Assis receberam no hotel a visita de autoridades paraguaias. Passaram a noite sob custódia e, no dia seguinte, contaram ao Ministério Público tudo o que sabiam. Admitiram que tentaram entrar no país com aqueles documentos, mas que não sabiam serem falsos. O MP paraguaio enquadrou os irmãos Assis numa figura jurídica chamada "critério de oportunidade", que a grosso modo permite aos réus não serem acusados formalmente pelos crimes que cometeram, desde que consigam reparar o dano causado. Na prática: Ronaldinho e Assis seriam submetidos a uma "pena social" – uma doação para uma ONG, por exemplo – e poderiam deixar o Paraguai.
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