Xuxa avalia documentário: "Tive que falar de coisas que ainda são difÃceis para mim"
14/08/2023 11h04Fonte Vogue
Nas últimas semanas, no mundo real ou virtual, Xuxa Meneghel foi o assunto. Aos 60 anos, a apresentadora gaúcha revirou a vida em uma série documental que mergulhou profundamente em temas importantes e sensíveis de sua trajetória: o começo como modelo, a controversa participação no filme “Amor estranho amor”, o sucesso estrondoso dos programas infantis, o nascimento da filha Sasha, o abuso na infância, a parceria e o rompimento com Marlene Mattos. “Revisitar o passado nem sempre é legal. Tive que falar de coisas que ainda são difíceis para mim. Também me deparei com comentários não tão bons sobre minha história. Porém, está valendo a pena abrir essas caixas. É importante me posicionar em certos temas”, diz Xuxa.Foram cinco episódios que mostraram a potência da apresentadora, que não imaginava que iria tão longe — inclusive para fora do Brasil. “Não sei nem responder se foi algo pensado. Não passou pela minha cabeça a ideia de sair do Sul para tentar a sorte. O que eu queria era ganhar dinheiro para comprar coisas para minha mãe e para minha família”, conta. “Eu aproveitei à beça as oportunidades que surgiram na década de 1980, mas eu acredito que um dia possa existir alguém que vai ter um espaço tão grande e tão valioso quanto o que eu conquistei. Mas o que eu vivi não sei… Era uma época diferente, um momento diferente na vida de todos.”
Entre as passagens que mais repercutiram está o reencontro de Xuxa com sua ex-empresária, Marlene Mattos, depois de 19 anos. Foi uma conversa tensa, com trechos reproduzidos à exaustão na internet. A gaúcha revelou no papo a razão do rompimento das duas. “Fiquei mexida, decepcionada. Acho que criei uma expectativa que me frustrou. Eu esperava ver uma pessoa mais carinhosa. Mas não perdi o sono nem fiquei remoendo. Só fiquei com o sentimento de decepção.”
Imagem: DivulgaçãoXuxa Meneghel
Sasha Meneghel, a filha de 25 anos da apresentadora, também chamou atenção no documentário. “Quando ela nasceu, minha mãe (Alda Flores da Rocha) a chamava de pinturinha. A boca parecia que estava com batom, os cílios estavam ali… Eu fico olhando e babando minha pintura crescendo, tomando seu rumo, fazendo suas coisas. Ela é muito linda, acorda pronta. E minha menina também é linda por dentro, dona de uma coração muito bom. Fico babando com suas fotos.”
Xuxa, aliás, sugeriu que a filha a interpretasse na cinebiografia “Rainha”, que ainda não saiu do papel. “Sei que a Sasha não é atriz nem gosta disso, mas dei essa ideia para ela. Se minha filha cortasse a franja, seria mais fácil de o público aceitar. Ela disse que de jeito nenhum, que não se atreveria nem que fosse do ramo e que precisa ser muito atriz para me interpretar. Ela sabe quem é e está feliz com o caminho que está descobrindo. E imaginavam que ela pegaria o microfone!”
É no crescimento de Sasha que Xuxa percebe a passagem do tempo. “Ela é meu termômetro. As pessoas chegam e soltam: Eu vi essa menina na barriga. Noto ainda quando o público que me acompanha há tempos traz os filhos para eu conhecer. Penso: Estou ficando velha, mas estou levando vários comigo. A idade chega para todo mundo, é óbvio. Hoje, estou mais para avó do que para tia. Aliás, no futuro, sem qualquer tipo de pressão, quero ser vovó.”
Além do documentário, a performance da apresentadora ao lado de Angélica e Eliana no “Criança esperança” foi tema em rodinhas. “Pela primeira vez, cantamos juntas. Era um sonho. Já havíamos tentado, mas sem sucesso. Dessa vez, tudo se encaixou e a gente ajudou pessoas. Eu, particularmente, acho que aconteceu na hora adequada. É difícil eu me emocionar, mas me arrepiei demais nos ensaios, me emocionei para caramba ouvindo como a música ficaria. A Angélica cantou lindamente, a fala da Eliana foi linda... Eu amei tudo.”
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