Yasmin Brunet encarna Britney Spears em ensaio especial para o Rock in Rio

12/09/2024 09h19

Fonte gshow

“De manhã cedo, ela acorda, bate, bate, bate na porta. É hora da maquiagem, sorriso perfeito. É por você que todos estão esperando”. A música “Lucky” é de Britney Spears, mas a espera no estúdio para esse ensaio do gshow é por Yasmin Brunet.

Empresária, modelo, ex-BBB e agora repórter especial do gshow durante o Rock in Rio, ela encarnou a cantora em um ensaio fotográfico para entrar no clima do festival, mas também falou sobre amadurecimento, o que mudou após o BBB 24, os transtornos de imagem que enfrentou e como foi crescer diante das câmeras.

Para começar, usando um figurino idêntico ao de Britney no clipe de “I Love Rock “n” Roll”, ela conta sobre a paixão por música e, mais precisamente, pela cantora:

“Era superfã, ainda sou, na verdade! Para mim, ela sempre vai ser a maior diva e ícone pop do planeta. Marcou a minha geração e eu me lembro muito desse clipe especificamente. Tudo que ela fazia era muito uau, como aquela apresentação no VMA [de 2000] em que ela começou com um figurino meio masculino e ia tirando as roupas, aquilo me marcou demais. Ela é um acontecimento, me inspirou em todos os aspectos!”

Mas a menina que dançava ao som de “Oops I Did It Again” e “Toxic” também escutava músicas do Blink-182, System of a Down, Audioslave e Linkin Park: “Eu amava Linkin Park. Quando o [vocalista] Chester Bennington morreu, eu fiquei muito mal, senti que como se fosse um conhecido meu, chorei muito.”

E, muito antes de Rayssa Leal, foi Avril Lavigne quem impulsionou as vendas de skate em boa parte do mundo. Yasmin é uma das milhares de jovens que se arriscou no esporte por causa da canadense que andava de calças largas, boné e gravata.

“Teve a época em que eu era absurdamente apaixonada por ela, comecei a fazer aula de bateria, aula de guitarra, tinha o sonho de ser cantora, tentei andar de skate... Eu imitava tudo!”

“Overprotected”

Antes de se tornar a princesinha do pop e fazer parte do imaginário de milhões de pessoas, Britney começou a carreira aos 10 anos como estrela mirim da Disney. E, assim como a cantora pop, Yasmin também teve sua vida acompanhada pela mídia desde cedo.

“Foi muito chocante para todo mundo saber que ela passava por tudo isso quando ela era tão amada pelo mundo. Ela estava no auge da carreira, mas por dentro era a pessoa mais infeliz do mundo passando por coisas absurdas e pela própria família”, comentou, fazendo referência às revelações da cantora em sua autobiografia, "A Mulher em Mim".

Filha de Luiza Brunet com o empresário argentino Armando Fernandez, ela conta como foi crescer diante dos holofotes e que é grata pela maneira como os pais a preservaram da vida pública.

Tive muita sorte, porque a minha família foi absurdamente incrível comigo. Nesse aspecto, não tenho absolutamente nada do que reclamar. Não consigo me imaginar no lugar dela e pelo que ela passou, porque se sentir traída pela sua própria família deve ser a pior traição da vida. Graças a Deus, nunca passei por nada disso”.

"Brave New Girl"
Hoje com 36 anos, Yasmin se vê mais madura, mais leve e se cobrando menos em diversos aspectos – inclusive com relação ao seu corpo –, e isso também se reflete no tipo de conteúdo e mensagem que ela quer passar para as pessoas.

“Tem mais a ver com amor-próprio, aceitação com o próprio corpo, sem cobranças. Acho que todo mundo é uma grande metamorfose, estamos sempre mudando de ideias e de conceitos. No geral, [aprendi que] sou um ser humano, que vai errar, aprender com os erros e mudar.”
E, no meio desse processo, veio um BBB transformador. Ela afirma que, “com certeza absoluta”, existe uma Yasmin antes e depois do reality show e que algumas “paranoias” com seu corpo quase a fizeram desistir do confinamento com câmeras ligadas durante 24 horas.
Sei que muita gente criticou aquele desfile que fizeram dentro da casa quando eu estava me sentindo mal. Alguns disseram: Como ela vai se sentir mal se ela é o padrão [de beleza]? A mulher está constantemente se comparando umas com as outras, é mais sobre como você se enxerga, como é na sua cabeça. Então eu sabia que, entrando lá, eu ia ser tão exposta que, de uma certa forma, foi uma libertação. Agora é algo do tipo: Ah, já foi visto, já foi falado, bola pra frente. É como se tivessem arrancado um curativo”.

Mas todo mundo sabe que curativo retirado aos poucos dói bem mais. E Yasmin não estava preparada para os comentários que viu dos ex-brothers Rodriguinho e Nizam após a eliminação:

“Não imaginava, achava que viriam dos telespectadores, não de quem estava lá na casa comigo. Foi um choque! Primeiro eu fiquei com incrédula e com raiva, sem conseguir entender o que estava acontecendo, mas depois foi uma espécie de libertação. Conversei com eles, me pediram mil desculpas e comecei a ressignificar isso”.

"Stronger"

[Atenção: o relato a seguir pode ter conteúdo sensível e despertar gatilhos emocionais.]

Mas o que Yasmin chama de “paranoias” com o corpo não é algo recente na sua vida. Na adolescência, quando sonhava em ser modelo de passarela, a empresária se lembra dos problemas com distorção de imagem que a levou à anorexia e compulsão alimentar.

Ela conta que passava horas navegando por sites que ofereciam dietas sem comprovação científica para alcançar a silhueta com poucos centímetros de circunferência. Mas o choque veio quando se deparou, em um destes blogs, com uma foto do próprio corpo como parâmetro para os usuários.

“Quando eu vi que o meu corpo era referência para essas meninas foi um baque do tipo: Caramba, deve ter alguma coisa estranha aí, porque estou buscando isso e, ao mesmo tempo, estão usando meu corpo como referência.”

Yasmin, no entanto, só se deu conta da gravidade do problema quando morou nos Estados Unidos e trabalhava como modelo: na época em que tops como Kate Moss viviam o auge de sua carreira, a balança da jovem carioca de 1,75 m indicava 47 kg.

“Os clientes começaram a me mandar embora do shooting, porque as roupas não paravam no meu corpo de tão magra que eu estava. O meu agente me falou que eu tinha que engordar, porque estavam reclamando que eu estava com cara de doente e aspecto de doente”.

Hoje seguindo uma rotina de treinos com acompanhamento, dança, luta e um cardápio saudável, ela pondera que não vê “nada de errado em querer melhorar algo para se sentir mais bonita, desde que não seja algo que comece a te consumir, que a pessoa vire prisioneira disso”.

Mas eu acho que as pessoas tinham que se ver com mais amor, entender que cada um é único e isso é que é o belo. Ninguém pode falar nada sobre o corpo de ninguém, a não ser que essa pessoa peça uma opinião. Mas é muito doido, cresci no meio da moda, um meio onde você é validada pelo seu corpo, pela sua beleza, onde você aprende a ser comparada e a se comparar. Então tenho completa noção e consciência de que estou dentro do padrão estético”.

O sentimento de leveza e zero cobranças também se estende às questões do coração. Solteira, ela afirma que está mais focada em expandir sua empresa e abrir outros CNPJs do que encontrar um novo amor.

“Não sinto que estou aberta para isso no momento, mas já estou pensando, por exemplo, em congelar meus óvulos. Quero ser mãe, apesar de não ser o grande sonho da minha vida ou algo que eu queira agora, mas quero deixar essa porta aberta”.

Créditos

Fotos: Rafael Caetano
Beleza: Nathan Cruz
Styling: Erick Maia
Assistente de moda: Renato Monteiro
Produção de vídeo: Francielly Kodama e Sérgio Tristão
Edição de vídeo: Rodrigo Rosa
Planejamento: Luana Balmas
Produção executiva: Juliana Pinna e Victor Camara
Coordenação de conteúdo: Anderson Dezan
Agradecimento: Gabriel HP Veículos de Cena

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