Menos de 10% dos profissionais com deficiência ocupam cargos de liderança
17/09/2019 15h28Fonte G1
Menos de 10% dos profissionais que têm algum tipo de deficiência ocupam postos de liderança nas organizações. É o que revela pesquisa da Santo Caos, consultoria de engajamento por meio da diversidade, em parceria com a Catho.A pesquisa, realizada com mais de 1.000 participantes, entre gestores e profissionais com deficiência, apontou as funções em que esses profissionais mais são encontrados:
- assistente (57%)
- analista (17%)
- técnico (12%)
- coordenador (5%)
- gerente (4%)
- aprendiz (3%)
- estagiário (2%)
- diretor (0,4%)
- vice-presidente e/ou presidente (0,2%)
A lei de cotas foi criada há 28 anos para garantir o emprego às pessoas com deficiência física, auditiva, visual, mental e múltipla. No Brasil há 31 milhões de deficientes em idade produtiva, mas apenas 418 mil estão empregados, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Ministério do Trabalho de 2018.
A Lei 8213/91 determina que empresas de 100 funcionários ou mais incluam de 2% a 5% dos cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiências habilitadas na seguinte proporção:
- até 200 empregados: 2%
- de 201 a 500 empregados: 3%
- de 501 a 1.000 empregados: 4%
- de 1.001 em diante: 5%
Já para Guilherme Françolin, sócio-diretor da Santo Caos, ainda há uma grande barreira para ser quebrada na maneira como as empresas enxergam o desenvolvimento de pessoas e a promoção de pessoas com deficiência.
"Capacidade de liderança estão ligadas a competências comportamentais e técnicas. Entretanto, sabemos que ter deficiência não impede uma pessoa de ter a capacidade de liderar. Dar oportunidade, representatividade e visibilidade são fundamentais para tirarmos os profissionais dos cargos de entrada. Afinal, a busca das organizações atualmente é por líderes com maior empatia, capacidade de mudança e adaptação. Acreditamos que uma gestão inclusiva e diversa são fundamentais para engajar a equipe a lidar com cenários turbulentos e trazer resultados" afirma Françolin.
Isolamento
A falta de perspectiva em um plano de carreira efetivo também reflete diretamente no ambiente corporativo. Ainda segundo a pesquisa, 34% dos profissionais com deficiência se sentem isolados no trabalho. Paralelamente a esse déficit, há o impacto do baixo engajamento também em outros pilares. Um profissional que não se sente parte da equipe não se orgulha do seu local de trabalho e não adere às práticas da empresa.
Para os especialistas, estimular a inclusão traz diversos benefícios como aumento do nível de comprometimento, motivação, engajamento e produtividade; criação de um ambiente de equilíbrio e maior sinergia; estruturação do quadro de funcionários e crescimento contínuo com alcance dos resultados desejados.