Abri mão de carreira no auge para viver minha verdade, diz mulher trans que foi cantora gospel
28/04/2022 10h59Fonte G1
Imagem: Reprodução
Jotta A vivia o auge da carreira musical no meio gospel. Acumulava milhões de visualizações em seus vídeos em diversos países, tinha fã-clubes, já havia recebido indicação ao Grammy Latino e era sensação em eventos evangélicos.Um fenômeno que ecoava em rádios do Brasil e de outros países latino-americanos, por suas diversas músicas gravadas em espanhol. Era a história de superação da criança que nasceu no município de Guajará Mirim, em Rondônia, enfrentou dificuldades ao se mudar para São Paulo em busca do sonho de viver da música e alcançou o sucesso.
Mas isso não era sinônimo de felicidade para ela. Em meio à pandemia de covid-19, com shows adiados e sem perspectiva sobre a retomada da rotina, passou uma fase que define como de "muita solitude", olhou para si e decidiu que não queria mais viver daquela forma.
"Precisei ficar a sós comigo mesma para provar a roupa que eu queria ou poder colocar o vestido que eu queria", diz à BBC News Brasil.
Nesse período, decidiu que precisava se conhecer melhor. O primeiro passo foi abandonar a música gospel, ela conta.
"Tive que abrir mão de uma estabilidade, de uma carreira construída, para viver a minha verdade. Digo abrir mão porque viver a verdade ainda é um tabu muito grande. Para que eu pudesse buscar o autoconhecimento, tive, de certa forma, que abrir mão de toda a comodidade que uma carreira brilhante me trouxe", diz.
Dois anos depois, iniciou o processo para alterar os documentos para o gênero feminino. O nome que no passado era artístico fará parte de seus registros oficiais: Jotta.