Banho no riacho
13/09/2019 10h20Fonte José Paraguassú
Passando em um pé de serraAvistei uma casa amarela
Em riba de uma pedreira
Não controlei a curiosidade
Subi com dificuldade
Para ver quem morava nela
Uma pessoa de coragem
E que queria se isolar
Maior foi a minha surpresa
Quando me deparei com Teresa
A dona daquele lugar
Uma caboca faceira
Simples mas inteligente
Que sabia a sua beleza valorizar
Parecia uma cigana
Com os olhos da cor da mata
Sorrindo pra cativar
Foi logo me oferecendo
Uma talagada de pinga
E dizendo pode sentar
Sentei em um tamborete
Ela deitou-se em uma rede
E começamos a prosear
Ela foi me contando
Que teve uns desenganos
E resolveu se isolar
E ali fez sua casa
No meio da bicharada
Ouvindo os pássaros cantar
Tomamos outra lapada
Êita pinga malvada
Aí ela foi buscar
Um cigarro de palha
E começamos a pitar
E o dia foi se aquietando
A noite foi chegando
E a caboca jogando
Laço para me pegar
E quando a lua saiu
Ela insistiu
Vamos ao riacho banhar
Levamos a garrafa de pinga
E tira-gosto de língua
E banhamos até o dia clarear
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