"Batom de cereja" em Tóquio: conheça o DJ que toca hits brasileiros em jogos de vôlei nas OlimpÃadas
24/07/2021 09h01Fonte G1
Imagem: DivulgaçãoDJ Stari, responsável pela trilha sonora em jogos de vôlei nas Olimpíadas de Tóquio
Tocou Pabllo Vittar em Tóquio neste sábado (24). Teve também Barões da Pisadinha, Anitta, Ivete Sangalo, Jojô Todynho. E não faltou "Batom de cereja", hit da dupla Israel & Rodolffo. Quem assistiu à partida de vôlei masculino entre Brasil e Tunísia nesta madrugada acompanhou a setlist bastante brasileira do DJ Stari — um austríaco que acompanha a modalidade há quase 20 anos.
Em entrevista ao G1, o músico disse que monta a lista a partir de pesquisas sobre os hits dos países que participam de cada jogo. Além disso, o europeu conta que atende aos pedidos dos atletas e que aprende os gostos de cada um pelas redes sociais.
Foi assim que DJ Stari colocou "Zap Zum Zum", de Pabllo Vittar, para tocar nos intervalos de Brasil x Tunísia — a música é uma das preferidas nos stories do jogador Douglas, destaque da seleção dentro e fora da quadra.
"Sei que o Douglas é fã de "Zap Zum Zum", e vi que seria legal tocar no jogo", disse o DJ Stari.
Assim, Stari tenta ficar a par das músicas de maior sucesso do Brasil. "Batom de cereja", parte da trilha sonora do jogo de estreia do time masculino de vôlei, por exemplo, é o maior hit do 1º semestre no país.
Mas "Batom de Cereja" acabou cancelada da setlist depois que fãs de vôlei contaram ao DJ sobre a participação de Rodolffo no BBB 21. "Prefiro não tocar mais e evitar polêmica", disse, sem entrar em detalhes.
Veja abaixo outros artistas e músicas da setlist do DJ Stari em jogos do Brasil
- Anitta — "Girl From Rio" e "Show das Poderosas"
- Jojô Todynho — "Que Tiro Foi Esse"
- Barões da Pisadinha — "Recairei"
- Pabllo Vittar — "Zap Zum Zum"
- Ivete Sangalo, Tim Maia e Jorge Ben — "Gosto muito desses três e coloco a música que tiver deles", disse ao G1, sem especificar uma só
- Florence + The Machine — "Dog Days Are Over" ("É porque as jogadoras do Brasil fazem quase um ritual com as palmas, que vão crescendo conforme a música. Então, gosto dessa", comentou).
O DJ do vôlei
Nascido em Viena, capital da Áustria, Stari chamou a atenção dos cartolas do vôlei no começo da década de 2000. O esporte, principalmente a modalidade de praia, crescia na Europa, e os organizadores dos eventos itinerantes precisavam modernizar as competições.
Assim, em 2004, o DJ viajou a Atenas para sua primeira participação nos Jogos Olímpicos. Dali, de torneio em torneio, criou uma relação forte com os atletas que viajam a cada circuito ou liga — e com os diretores, que deram a ele a tarefa de fazer algumas das vinhetas que tocam a cada cortada, ace ou bloqueio eficaz.
Ao longo dos anos, Stari passou a conhecer parte das histórias e dos dramas pessoais dos jogadores, até para homenageá-los.
Uma dessas histórias é a de Renan dal Zotto, técnico da seleção brasileira masculina de vôlei que se recuperou da Covid-19 após duas intubações e semanas internado na UTI em um hospital do Rio de Janeiro. Na final da Liga das Nações, em junho, vencida pelo Brasil, o DJ tocou a música preferida de Renan em uma versão feita por Enzo, filho do treinador.
"Soube que ele era fã da música "Sweet Caroline". Então, toquei na final da Liga das Nações, como homenagem", relata. "E eu repeti agora na estreia do Brasil em Tóquio, com a versão eletrônica da música."
Balada em casa
As setlists de Stari, adaptadas para cada país, animava torcida e jogadores. Sem público por causa da pandemia, o alcance mudou: se as palmas e os gritos das pessoas nas arenas predominavam nas transmissões da televisão, agora é o DJ quem ganha fama para quem está em casa.
"É um efeito colateral disso tudo", comenta o austríaco, que lamenta a necessária medida de restringir o público para evitar que a Covid-19 se espalhe ainda mais em Tóquio.
"Mas meu objetivo é fazer o melhor para o vôlei, e vou fazer o melhor dessa situação em que não temos gente nas arenas", completa o DJ Stari.
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