BK aborda mito de Ícaro no atual caos urbano em álbum que inclui L7nnon, Luccas Carlos, Major RD e M
17/11/2022 14h39Fonte G1
Lenda da mitologia grega, o voo de Ícaro já inspirou a letra de um dos maiores sucessos do cantor fluminense Biafra, Sonho de Ícaro (Piska e Claudio Rabello), hit radiofônico no Brasil de 1984.
Decorridos 38 anos, o mito de Ícaro – cuja moral da história é controlar a ambição (e o ego) e ouvir a voz da experiência para evitar a queda física e/ou moral – norteia a gênese do atual voo fonográfico do rapper BK, Icarus.
Icarus é o álbum que chegou hoje, 17 de novembro, ao mundo digital, em edição do selo fonográfico Gigantes, aberto pelo artista em maio de 2021, ano que BK lançou o EP Cidade do pecado.
Icarus é o primeiro álbum de estúdio de Abebe Bikila Costa Santos desde O líder em movimento (2020), disco que ampliou a presença e a importância de BK no universo do hip hop brasileiro.
Em Icarus, BK ambiciona contextualizar o mito grego na sociedade contemporânea ao longo de 13 faixas.
Seis – Lugar na mesa (gravada com L7nnon), Continuação de um sonho, Tudo mudou e nada mudou, Foto armado (faixa feita com a adesão de Major RD), Luta e lucro e Se eu não mudar (com Marina Sena) – foram formatadas com produção musical de JXNV$, codinome artístico do DJ e produtor Jonas Profeta, colaborador recorrente da discografia de BK. A propósito, JXNV$ assina a direção musical do álbum com o rapper.
O produtor Sango deu forma às faixas Luzes, Só me ligar – tema sobre tentações sexuais gravado por BK com Julia Mestre – e Em nome do que sinto, faixa feita com a cantora Bebé. Já Nansy produziu Músicas de amor nunca mais – faixa em que BK se une ao cantor Luccas Carlos – e Carta aberta, faixa feita em parceria com $amuka.
Faixa gravada com produção musical de Carlos do Complexo, Em nome das ruas retrata o caos cotidiano das metrópoles, cenário de quedas dos Ícaros do século XXI. Nesse cenário urbano, o rapper vê relação entre o álbum Icarus e o EP que lançou em dezembro do ano passado.
Com a palavra, o artista: “No EP Cidade do pecado, eu falei falei muito sobre como as luzes da cidade nos enganam e como elas fazem com que a gente perca a nossa essência. Foi daí que cheguei no mito de Ícaro, que faz uma crítica exatamente a isso, sobre não se deixar enganar pelo brilho das coisas. A motivação pode até ser legítima desde de que se saiba escolher o melhor caminho para atingir tal propósito. É sobre não se esquecer de quem você é”, ressalta BK, sempre em movimento.