Caso de Pedro Motta e Henrique com Lili mostra que universo pop já não tolera o preconceito
27/12/2020 16h39Fonte G1
Imagem: Reprodução
ANÁLISE – Nos últimos dias, uma dupla sertaneja goiana de reduzidas visibilidade e relevância no mercado, Pedro Motta e Henrique, foi notícia em todo o Brasil por conta de ação judicial e recriminações motivadas pelo conteúdo transfóbico da letra da música Lili.Música inédita lançada pela dupla em 19 de dezembro, Lili foi alvo de justas rejeições por narrar, em abordagem totalmente equivocada, o preconceito de um homem que descobre no motel que vinha se relacionando com travesti.
Acuados, Pedro Motta e Henrique tiveram que providenciar uma outra versão da letra – com versos que eliminam o caráter transfóbico da letra – em medida tomada para tentar salvar Lili do repúdio público e para tentar livrar os cantores da questão judicial.
O caso de Lili é exemplar e dá o tom do universo pop brasileiro nos tempos atuais. A intolerância a qualquer tipo de preconceito passou a reger o mundo da música, consolidando em 2020 uma tendência politicamente correta que já vinha se impondo nos anos anteriores.
Ninguém está a salvo dessa lei. Marília Mendonça, por exemplo, também foi acusada de transfobia em agosto ao fazer, em live, comentário debochado sobre o suposto envolvimento de músico da banda da artista com transexual em boate de Goiânia (GO).
A cantora reconheceu o erro em rede social e, em outubro, pediu desculpas em nova live pela “brincadeira sem graça”, exibindo na sequência um vídeo da ativista trans Alice Felis.
Em bom português, o universo pop já se mostra refratário e intolerante ao preconceito. E essa intolerância, além de positiva e necessária, atesta a evolução da sociedade. Ao artista, cabe dançar conforme a nova música.
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