Duo Santoro apresenta onze inéditas obras de autores brasileiros no álbum "O compositor é vivo!"
18/10/2022 14h08Fonte G1
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Com o lançamento em 25 de outubro do terceiro álbum, O compositor é vivo!, o Duo Santoro dá continuidade à proposta de construir discografia pautada pela difusão de obras de autores brasileiros, sobretudo os contemporâneos.
Se os álbuns anteriores Bem brasileiros (2013) e Paisagens cariocas (2017) priorizaram temas de autores nascidos e/ou fixados no Rio de Janeiro, sobretudo o segundo, o disco atual O compositor é vivo! monta painel de abrangência nacional da produção de música erudita através da apresentação de onze peças inéditas criadas para ao duo de violoncelistas formado pelos irmãos gêmeos cariocas Paulo Santoro e Ricardo Santoro.
Alocadas no início do álbum, As asas são sempre leves e De bem com a vida são temas do compositor paraense Luiz Pardal. Se o compositor mineiro Eli Joory evoca em Janeiro no Rio os tempos em que morou na cidade do Rio de Janeiro (RJ), o também mineiro Alexandre Schubert – radicado no Rio – usou as casas das cidades históricas do estado natal como fonte de inspiração para a construção de Casario de Minas.
Já o maranhense Joaquim Santos compôs Galope e romance com ecos do sertão nordestino brasileiro. Rapsódia em duo – escrita por Chico Chagas, compositor acreano de nascimento e capixaba por opção – transita por vários temas entre referências eruditas e populares, remetendo no titulo a Rhapsody in blue (George Gershwin, 1924).
Escrita em três movimentos (Cor de canela, Air e Marrequinha) pelo compositor e maestro sul-mato-grossense Eduardo Martinelli, a Mini suíte Mestre Pantaneiro é baseada em melodias de Agripino Magalhães (1920 – 2020), mestre pantaneiro da viola de cocho.
Natural de Mato Grosso do Sul, Cyro Delvizio realça sonoridades nativas na criação de Passacaglia em ritmo de Guarânia. Passacaglia é estilo de composição musical baseado na repetição de um tema no baixo e em variações sobre esse mesmo tema na melodia principal. Guarânia é gênero paraguaio influente na música folclórica do Mato Grosso do Sul.
Composta pela maestrina e compositora paraense Cibelle J. Donza, Olho d’água alterna momentos vigorosos e líricos, evocando danças e lundus através de efeitos típico da linguagem do violoncelo. Retrato de Dona Melancolia e Dona Solidão no alpendre da velha casa é tema composto por Antonio Celso Ribeiro com inspiração nas imagens vivenciadas na infância em Pouso Alegre (MG) – hoje o compositor mineiro é radicado em Vitória (ES).
Natural de Garibaldi (RS), o gaúcho Ricardo Mazzini Bordini encerra a viagem sonora do disco com O esvoaçar das tranças ao bulício saltitante das meninas, sugerindo conversa alegre e divertida entre os dois violoncelos.
Embora inéditas em disco, as onze peças do álbum O compositor é vivo! já foram apresentadas pelo duo na turnê que transitou por cinco cidades do Brasil entre os meses de abril e junho deste ano de 2022.