Elza Soares relança quatro álbuns gravados entre 1974 e 1977
18/04/2021 19h04Fonte G1
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Os quatro álbuns de Elza Soares que chegam aos players digitais na sexta-feira, 23 de abril, incluem gravações relevantes, mas estão de longe de representar o suprassumo da discografia dessa grande cantora carioca de atuais 90 anos. Foram discos gravados e editados pela artista entre 1974 e 1977 pela Tapecar, gravadora brasileira fundada por Manuel Camero, o Manolo.Após passar 14 áureos anos na gravadora Odeon, entre 1959 e 1973, Elza migrou para a Tapecar após praticamente forçar o rompimento do vínculo contratual com a companhia que a lançara com pompa no mercado fonográfico em dezembro de 1959 (a artista gravou singles em 1958 de forma obscura, sem a mínima repercussão).
Incomodada com o fato de Clara Nunes (1942 – 1983) ser a prioridade da Odeon no segmento do samba, Elza partiu para a Tapecar, gravadora que contratara em 1973 a então também descontente Beth Carvalho (1946 – 2019).
Na Tapecar, Elza emplacou de cara um grande sucesso, Salve a Mocidade (Luís Reis, 1974), samba lançado somente em single e incluído em coletânea editada em 1978 (compilação também reposta em catálogo juntamente com o lote de álbuns reeditados).
Os álbuns Elza Soares (1974), Nos braços do samba (1975), Lição de vida (1976) e Pilão + raça = Elza (1977) já haviam sido relançados no formato de CD em 2003 (na caixa Negra) e em 2010, em criteriosas edições produzidas pelo pesquisador musical Marcelo Fróes para serem comercializadas de forma avulsa pelo selo Discobertas, mas os quatro discos permaneciam ausentes das plataformas digitais.
O álbum Elza Soares de 1974 é o melhor título do lote, sobretudo pelo repertório que destacou os sambas Bom dia, Portela (David Correa e Bebeto de São João) e Pranto livre (Dida e Everaldo da Viola).
Produzido e arranjado por Ed Lincoln (1932 – 2012), o álbum Nos braços de samba já apontou queda na qualidade do repertório em que sobressaiu Primeiro eu (1975), samba de Romildo Bastos e Toninho Nascimento, compositores projetados na voz de Clara Nunes.
Na sequência, o LP Lição de vida sublinhou o declínio, mas, em contrapartida, é o álbum que contém a gravação original do samba Malandro (Jorge Aragão e Jotabê, 1976).
Por fim, Pilão + raça = Elza (1977) encerrou melancolicamente a passagem de Elza Soares pela Tapecar com repertório composto parcialmente por Gerson Alves, produtor musical do disco.
De todo modo, mesmo que o lote seja irregular, todos os quatro discos fazem parte da história de Elza Soares e merecem permanecer em catálogo.
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