Empreendedora exalta cultura piauiense em estampas e carimbos artesanais
25/02/2023 11h28Fonte ClubeNews
A curiosidade da artesã Felícia Mendes fez ela descobrir um trabalho artístico chamado linogravura, uma técnica de gravura em linóleo que permite estampar tecidos com carimbos artesanais. A empreendedora de 30 anos ficou tão fascinada que decidiu investir neste tipo de artesanato, pelo qual enaltece a cultura e tradições do Piauí.Além de trabalhos bastante populares, como a arte santeira, o artesanato de Teresina também produz itens não muito reconhecidos, tanto que Felícia é pioneira na criação destes carimbos. Segundo ela, ta ideia surgiu ao visitar um perfil comercial nas redes sociais e, mesmo sem ter nenhum material, a artesã improvisou.
“Um dia, encontrei um ateliê em São Paulo, que fazia algumas estampas com carimbos artesanais. Fiquei encantada e na hora soube que gostaria de tentar fazer aquilo, e tentei. A princípio, eu tive muita dificuldade, mas comprei borrachas escolares, estiletes e transformei um removedor de cutículas em uma ferramenta para esculpir madeira e linóleo”, disse.
EGIONALIDADE DOS PRODUTOS
Felícia iniciou seus trabalhos artesanais com a produção de bonecos artesanais e vestuário infantil. Em seguida, descobriu os carimbos e aprimorou seu trabalho por meio de uma técnica de estamparia.
“Eu posto tudo que eu faço e, assim, meu trabalho foi caminhando sozinho e encontrando novos clientes. Eles ficam encantados com a linogravura, técnica usada para estampar os tecidos”, declarou.
Até o momento, a empreendedora é a única que faz este tipo de trabalho artesanal na cidade. Por isso, ela adotou a regionalidade como uma das principais características de seus produtos, os quais enaltecem lugares bastante reconhecidos do Piauí, como o Parque Nacional Serra da Capivara.
“Em algum momento, achei que esse trabalho artesanal é rentável. Comecei vendendo roupas infantil estampadas com carimbos artesanais, fazendo referência à cultura do estado e de todo o Nordeste”, frisou.
EMPREENDEDORISMO FEMININO
Diante de uma longa jornada no mundo dos negócios, Felícia é a mulher ideal para avaliar o fomento ao empreendedorismo feminino no Piauí.
A artesã acredita que faltam iniciativas que valorizem o talento e a criatividade das empreendedoras piauienses.
“O estado tem muito a crescer enquanto sociedade consumidora. O que é nosso não é valorizado e há poucas iniciativas privadas e públicas que incentivem e apoiem de fato o pequeno empreendedor. Empreender aqui é atirar ao vento e torcer muito para dar certo. A prova disso são os grandes talentos que temos e estão exauridos. Deve haver uma mudança coletiva, um expandir de mente que abrace possibilidades que nós, criadores e artistas piauienses, temos a oferecer e contribuir para nossa cultura e economia”, relatou.
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