Evaldo Gouveia, um compositor ´sentimental demais´ como o povo do Brasil
31/05/2020 09h26Fonte G1
Imagem: ReproduçãoEvaldo Gouveia
OBITUÁRIO – Lançada em 1965 na voz do cantor mineiro Altemar Dutra (1940 – 1983), com grande sucesso, a música Sentimental demais sintetizou no título a natureza do cancioneiro popular do compositor cearense Evaldo Gouveia de Oliveira (8 de agosto de 1928 – 29 de maio de 2020).Em parceria com o compositor capixaba Jair Amorim (1915 – 1993), a quem foi apresentado em 1958, Evaldo Gouveia construiu obra já eternizada na memória afetiva do povo brasileiro. Também cantor e violonista, Evaldo sobressaiu sobretudo como compositor de canções populares pautadas por romantismo despudorado. Ao morrer em Fortaleza (CE) na sexta-feira, 29 de maio, aos 91 anos, vítima de infecção pelo covid-19, Evaldo Gouveia deixa para a posteridade essas canções sentimentais demais.
Quase sempre compostas na cadência do bolero ou do samba-canção, ritmos por vezes amalgamados, essas músicas sempre soaram sentimentais como a alma do povo que sempre as cantou em casa, nas ruas, nos bares, nos shows, enfim, em qualquer lugar em que, ao vivo ou na gravação de um disco, um intérprete se derrame ao dar voz a uma música de Evaldo Gouveia e Jair Amorim.
Nos anos 1960, um desses intérpretes foi Anísio Silva (1920 – 1989), cantor baiano que lançou o bolero Alguém me disse em 1960. Primeiro grande sucesso do compositor, Alguém me disse veio ao mundo um ano após Conversa (1959), primeiro título da parceria de Jair e Evaldo. Conversa ganhou as vozes das cantoras Alaíde Costa, Hebe Camargo (1929 – 2012) e Luciene Franco em gravações quase simultâneas.
Contudo, o laço mais forte da dupla de compositores foi mesmo com Altemar Dutra, em vínculo iniciado em 1963 com a gravação do bolero Tudo de mim pelo então emergente cantor com voz de trovador. Os registros sequenciais do bolero Que queres tu de mim e do samba-canção Somos iguais reforçaram em 1964 esse laço, definitivamente consolidado em 1965 com a gravação da canção Sentimental demais, à qual se seguiu, no ano seguinte, outro grande sucesso, Brigas (1966).
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