Fernanda Abreu segue o baile com remixes luminosos enquanto anuncia versão feminina do disco

19/09/2021 12h48


Fonte G1


Imagem: ReproduçãoClique para ampliarDesdobrado em um segundo disco com extended versions que alongam oito das 13 faixas do disco original, o álbum 30 anos de baile chega ao mercado fonográfico em edição do selo Garot(Imagem:Reprodução)

 Nenhuma casualidade há no fato de os 13 luminosos remixes do disco 30 anos de baile, de Fernanda Abreu, terem sido criados por tribo masculina formada por DJs e produtores musicais de diferentes estilos e gerações.

Apresentado pela artista na quinta-feira, 16 de setembro, o projeto fonográfico gera em 2022 um outro disco em que somente mulheres retrabalharão o repertório lançado pela cantora e compositora em discografia solo iniciada há 31 anos com a edição do álbum Sla radical dance disco club em 1990.

Para dar continuidade à revitalização do suingue sangue bom para outras pistas, a sessentona garota carioca já alinhava com a DJ Claudia Assef a versão feminina do disco 30 anos de baile.

Provisoriamente intitulado 30 anos de baile por elas, esse futuro disco ainda nem nasceu, mas já carrega o peso de ter que no mínimo igualar o resultado brilhante da versão masculina.

Discos de remixes costumam soar irregulares e por vezes até chatos. Com 20 nomes agregados em torno das 13 faixas formatadas sob a direção artística do DJ Memê, o disco 30 anos de baile ignora essa tendência e desce redondo na pista, resultando à altura do histórico da discografia de Fernanda Abreu, artista de atuação pioneira no universo pop brasileiro pelo uso de samples em 1990 e pela valorização do DJ.

Além de se lançar na carreira solo com pop de pista, gênero então ainda inexplorado pelo mercado fonográfico brasileiro, a cantora deu contribuição decisiva para popularizar o funk carioca entre o público que ignorava o som black propagado nos bailes da pesada que mobilizavam multidões nas periferias do Rio de Janeiro com trilhas sonoras pautadas pelo funk e também pelo rap. Até por isso as presenças dos rappers Emicida e Projota em 30 anos de baile são necessárias, além de simbólicas.

Sempre expressivo, Emicida propõe outra voz e outro Brasil no discurso que turbina o remix de Outro sim (Fernanda Abreu, Gabriel Moura e Jovi Joviniano, 2016), música do álbum Amor geral (2016) reprocessada por Ruxell. Já Projota é o autor e intérprete do rap inserido no remix da gravação da balada Você pra mim (Fernanda Abreu, 1990), produzido por Dennis DJ a partir do registro original do primeiro álbum solo de Fernanda.

Harmonizando DJs já dinossauros nas pistas (como Corello – pioneiro na valorização do charm na pista – e Zé Pedro, além do próprio Memê) com nomes alinhados com as novas gerações (casos de Fanny Inc, Tropkillaz e Vintage Culture), o disco 30 anos de baile evolui majestosamente entre batidas de funk, trap, house, techno, rap e electro, mixando tendências novas e antigas.

Há também vocais novos. Apresentada no álbum Na paz (2004), a abordagem da música Eu vou torcer (Jorge Ben Jor, 1974) por Fernanda Abreu gerou o remix intitulado Torcer pela pista e produzido por Fanny Inc, duo formado pelos gaúchos Adriano Dub e Matheus Rodrigues. A cantora prega tolerância e diversidade nos versos atuais.

Colaborador recorrente na discografia de Fernanda, Fausto Fawcett tem a voz ecoada no remix de Tambor (Fernanda Abreu, Gabriel Moura, Jovi Joviniano e Afrika Bambaataa, 2016) produzido pelo DJ Danny Dee.

Desdobrado em um segundo disco com extended versions que alongam oito das 13 faixas do disco original, o álbum 30 anos de baile chega ao mercado fonográfico em edição do selo Garota sangue bom music distribuída via Universal Music.

Aos 60 anos, recém-completados em 8 de setembro, Fernanda Abreu segue o baile com brilho.

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Tópicos: cantora, funk, disco