Francis Hime expõe a maestria como compositor em álbum instrumental de piano solo
17/11/2022 14h37Fonte G1
Aos 83 anos de vida e quase 60 de trajetória artística, iniciada em 1963, Francis Hime já está consagrado como um dos maiores compositores da genial geração projetada ao longo dos anos 1960.
Pianista de formação clássica, diplomado em arranjo e regência, o artista carioca é criador de melodias que, não raro, beiram o sublime na seara da canção popular quando chegam ao disco embaladas em orquestrações de molde sinfônico.
Álbum lançado na última sexta-feira, 11 de novembro, Estuário das canções – Inéditas flagra Hime em seara erudita, território no qual o compositor começou a pisar de mansinho a partir dos anos 1980, precisamente desde 1986, ano em que criou a primeira sinfonia.
O corrente disco alinha 12 temas autorais e instrumentais, selecionados dentre os cerca de 40 compostos por Hime para piano solo. Após ter criado série de concertos, o compositor apresenta temas avulsos que se ligam pela técnica do pianista e pela atmosfera afim.
“Montei o repertório final depois de gravar vários temas. Busquei uma afinidade entre eles, caracterizada por uma certa tranquilidade e uma atmosfera ligada à natureza, refletida na maioria dos títulos”, explica Francis Hime.
O artista se refere aos nomes de músicas como as valsas Bucólica e Itaipava (batizada com o nome de cidade da região serrana do estado do Rio de Janeiro), como Riachinho (de sobressalente beleza melódica), Manguezal – tema de execução mais jazzística, criado em tributo ao pianista e compositor francês Michel Legrand (1932 – 2019) – e Um rio.
Pode ser que, se uma música como Tarde macia vier a ganhar letra, a composição atravesse a tênue fronteira entre as músicas popular e erudita.
Por ora, se ouvidos na sequência do álbum Estuário das canções – Inéditas, os 12 temas se sucedem no disco como peças que montam um pequeno concerto para piano solo tocado por Hime com a habitual sofisticação.
O repertório abarca Canção para Luiz Eça e Canção para Raphael Rabello, tributos ao pianista carioca – morto há 30 anos – e ao violonista fluminense, respectivamente, músicos excepcionais que inspiraram Hime na jornada do artista.
“Raphael Rabello me incentivava muito a compor e foi para ele que escrevi o meu Concerto para violão e orquestra. Esta atual canção resultou do esboço de tema de que Raphael gostava muito”, revela Francis, que também celebra a musa e habitual parceira letrista, Olivia Hime, no tema Para Olivia.
E é assim, entre a corrente erudita e onda popular, como se uma fosse o rio e a outra, o mar, que Francis Hime caminha para os 60 anos de carreira com Estuário das canções – Inéditas, álbum instrumental de piano solo pautado pela maestria do maestro e compositor.
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